CHINA

Após Evergrande, mais uma imobiliária chinesa diz que não pagará dívidas

Ações da Kaisar caem mais de 15%, e negociação é suspensa na Bolsa de Hong Kong

SEG Plaza, na ChinaSEG Plaza, na China - Foto: STR/AFP

Depois da gigante Evergrande, mais uma incorporadora imobiliária chinesa — desta vez o Kaisa Group —  anunciou que não vai conseguir pagar parte da dívida de 12,7 bilhões de yuans (US$ 2 bilhões) em produtos de gestão de fortunas, voltando a assutar o mercado financeiro nesta sexta-feira.

As ações da empresa caíram mais de 15% durante o pregão em Hong Kong, para o menor nível de todos os tempos, e as negociações com os papéis da empresa foram suspensas na bolsa da ex-colônia britânica, em meio a temores sobre a liquidez da Kaisa. A medida foi tomada a pedido do próprio grupo imobiliário.

No acumulado do ano, as ações da incorporadora caíram mais de 70%. Também foram suspensos os negócios com outras três unidades do grupo também listadas em Hong Kong - Kaisa Capital, Kaisa Prosper e Kaisa Health.
 

Em comunicado divulgado na quinta-feira, o Kaisa Group, com sede em Shenzhen, disse que “vários fatores desfavoráveis”, como a severa desaceleração do mercado imobiliário e o rebaixamento na avaliação pelas agências internacionais de classificação de risco, resultaram em uma “pressão sem precedentes” na liquidez da empresa. Na semana passada, as agências de classificação de risco Fitch e S&P rebaixaram a nota da empresa. 

Responsável por 25% da riqueza do país, o setor imobiliário da China vai mal das pernas, após anos de forte endividamento que as autoridades agora querem controlar.

As medidas tomadas por Pequim para apaziguar essa alavancagem agravaram os problemas de empresas como a Evergrande, uma das principais incorporadoras do país, com uma dívida acumulada de mais de US$ 300 bilhões. As atenções dos investidores estão voltadas agora para o próximo prazo de pagamento da Evergrande, neste sábado.

No fim do mês passado, a Evergrande anunciou que estava retomando mais de um dezena de projetos em cidades chinesas como Shenzhen, Dongguan. A declaração veio depois de a empresa pagar US $ 83,5 milhões em juros de uma dívida com credores internacionais  na última semana, evitando o calote que parecia iminente.

 

 

 

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