Autonomia contra a violência doméstica
Exemplo norte-americano mostra a importância da independência econômica para a liberdade feminina
Coletivamente, pode ser uma ferramenta importante para modificar a cultura machista que continua matando no Estado, apesar dos dez anos da criação da Lei Maria da Penha. Mas, principalmente, ter o próprio dinheiro pode diminuir as consequências da falta de estrutura para atendê-las nas pequenas cidades.
Dessas, 80% conseguiram um trabalho diretamente pela Agência. São casos em que um histórico de agressão foi substituído por uma nova vida, de crescimento profissional. “Essas mulheres têm muitos talentos que ficam escondidos por influência dos maridos. Trabalhando seus potenciais, a sociedade ganha essa mão de obra e a mulher ganha instrumentos para viver”, avaliou a doutora em psicologia organizacional.
“Por outro lado, quando o homem vê na mulher um ser mais fraco, financeiramente dependente, ele confirma a cultura machista. Se ele enfrenta uma mulher independente, muda o pensamento sobre ela. Infelizmente, ainda há as situações em que ele agride justamente por se sentir inferior.”
Ser como quiser
Para além da independência financeira, o domínio do próprio corpo é definitivo para uma autonomia completa, segundo a presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PE, Fernanda Maranhão. “Um exemplo é ela não poder mais fazer esterectomia durante a cesária. Com isso, não decide nem se quer parar de ter filhos, por exemplo. Outra grande preocupação é o fato de uma mulher que traz como discurso a necessidade de submissão em relação ao homem ser a vereadora mais votada na minha Cidade. Esse discurso precisa parar, porque ele mata.”