Avenida Rio Branco se tornará uma via para pedestres
Governo do Estado assinou ordem de serviço de obra de requalificação da avenida, parte do projeto de revitalização do Bairro do Recife
Demorou mais de dois anos, mas o projeto de requalificação da avenida Rio Branco, no Bairro do Recife, e de seu entorno, sairá do papel. No fim da manhã de ontem, representantes do Governo de Pernambuco e da empresa responsável pela obra assinaram a ordem de serviço para o início da execução da mesma. A cerimônia, realizada no Centro de Artesanato, na zona portuária, contou ainda com a presença de representantes da Prefeitura do Recife, do Banco do Nordeste e de empresários do bairro. No evento ainda foi anunciado que o músico Lenine será o novo garoto-propaganda do Recife Antigo.
Orçada em R$ 4.742.610,98, com recursos oriundos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), a chamada pedestrianização da avenida prevê a transformação da via em um boulevard (uma alameda) para pedestres e modais não motorizados. Entre as intervenções que constam no projeto estão a elevação da avenida para a altura das calçadas - que serão reconstruídas -, instalação de 18 bancos, quiosques e uma banca de revista. A previsão para o início da obra, que irá durar nove meses, é o dia 1º de novembro.
Essa ideia mais recente de revitalização da histórica avenida Rio Branco tem como marco importante o mês de fevereiro de 2014. Era o início do segundo ano da atual gestão e a prefeitura anunciou que iria bloquear a avenida Rio Branco para veículos automotores, após o Carnaval, visando realizar o projeto do boulevard, o que de fato ocorreu.
Após dois anos de tentativas da administração municipal de obter os recursos necessários para a transformação da via, o Governo do Estado resolveu incluir o projeto no Prodetur Nacional Pernambuco. “Não estava no Estado. Estado ‘comprou’ o projeto, entrou e foi facilitador junto ao Iphan para dar início ao projeto”, explicou o secretário estadual de Turismo, Esportes e Lazer, Felipe Carreras. “Além de todos os entraves burocráticos, houve a crise sem precedentes”, complementou o secretário de Turismo e Lazer do Recife, Camilo Simões.
Presente à solenidade, o empresário Tito Lívio Saraiva, sócio de casa noturna e de restaurante no Bairro do Recife, mostrou-se otimista com a perspectiva dos benefícios que a obra poderá agregar. “Sou entusiasta por tudo o que é em prol do bairro. O Recife Antigo, de alguns meses para cá, deu uma retomada”, analisou. Próximo do Centro do Artesanato, mas longe do discurso otimista oficial, o comerciante Rilson Rocha, 49 anos, dono da única banca de revista da Rio Branco, recebeu a notícia como um alento.
“Já estava quase virando uma decepção. Com a realização da obra você já começa a ter outra visão. Dá para poder atender melhor o cliente”.