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Balançando no cargo, Mandetta tem o passe desejado por governadores

O favorito para receber Mandetta no caso de uma demissão até aqui é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM)

Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta  - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Balançando no cargo de ministro da Saúde, após o presidente Jair Bolsonaro ameaçá-lo indiretamente de demissão no domingo (5), Luiz Henrique Mandetta tem a aquisição de seu passe especulada por atores do cenário político nacional.

O favorito para receber Mandetta no caso de uma demissão até aqui é o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Ainda está no páreo, com menos chances, o tucano João Doria, que governa o mais populoso estado do país, centro do surto do novo coronavírus no país até aqui.

Para o ministro, que foi deputado federal pelo DEM de Mato Grosso do Sul, o protagonismo no manejo da emergência sanitária o tirou do obscurantismo político para uma vitrine nacional de grande impacto.

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Ter sido o antagonista do seu chefe, Bolsonaro, só o tornou mais atrativo para rivais potenciais do titular do Planalto. Na inusitada situação colocada pela insistência do presidente em criticar o isolamento social adotado pelos principais estados do país, São Paulo à frente, coube a Mandetta ser o interlocutor de governadores na tentativa de coordenar esforços.

Isso lhe deu um ganho de imagem, como a pesquisa do Datafolha publicada na sexta (3) provou. A aprovação à conduta do ministro tinha o dobro de aprovação do que a de Bolsonaro.

Ir trabalhar com o correligionário Caiado é mais confortável em caso de queda. O governador já disse publicamente que faria do ministro seu secretário de Saúde. O desafio da Covid-19 por ora é mais brando em Goiás do que em São Paulo, e apesar de o governador ter rompido com o governo Bolsonaro, não está numa rixa pública com episódios diários como Doria por não ser um presidenciável óbvio para 2022.

Mandetta em si tinha na mira, dizem aliados, a política sul-mato-grossense. Antes da crise, pensava na prefeitura de Campo Grande e, depois, no governo estadual daqui a dois anos.

Muito de sua decisão passará pelo DEM: o ministro ouve muito Rodrigo Maia (RJ), o presidente da Câmara, e tem conversado com o poderoso vice de Doria, Rodrigo Garcia, que é do partido.

Já São Paulo é atrativo justamente pela possibilidade de manter-se na linha de frente nacional, já que o estado é o maior e o mais atingido do país. Doria não poupou elogios a Mandetta ao longo da emergência, e o ministro desafiou diretamente Bolsonaro ao ir encontrar-se com o tucano logo no começo da crise.

Para Doria, um padrão se repetiria se Mandetta viesse para o estado. O tucano aproximou-se da bancada paulista do PSL, partido pelo qual Bolsonaro elegeu-se, quando a sigla rachou no ano passado. Filiou ao PSDB Alexandre Frota, deputado que era garoto-propaganda do bolsonarismo e passou a crítico ácido do presidente.

Agora, Doria é o principal opositor de Bolsonaro na condução da crise, e já protagonizaram até uma discussão acalorada por meio de videoconferência.

Enquanto isso, é dada como certo a chegada ao governo paulista de um membro da antiga equipe de Mandetta, Júlio Croda, que era diretor de Imunização e Doenças Transmissíveis da pasta e estava afastado após divergências com Wanderson de Oliveira, secretário de Vigilância Sanitária.

Acompanhe a cobertura em tempo real da pandemia de coronavírus

 

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