internacional

Berlim proíbe nova manifestação de coronacéticos, neonazistas e extremistas de direita

Para governo, medida não visa controlar direito de expressão, mas impedir disseminação do coronavírus

Manifestantes marcham em Berlim em protesto contra as medidas de restrição ao coronavírusManifestantes marcham em Berlim em protesto contra as medidas de restrição ao coronavírus - Foto: John Macdougall/AFP

O governo da região de Berlim decidiu nesta quarta-feira (26) proibir protestos contra medidas de prevenção ao coronavírus marcados para este final de semana na cidade.

Segundo comunicado do ministro do Interior da região, equivalente ao secretário de Segurança, Andreas Geisel, a decisão não é contra a liberdade de manifestação, mas pelo combate à propagação da Covid-19.

Como outros países europeus, a Alemanha se preocupa com um novo crescimento no número de casos da doença, e vários estados têm elevado suas medidas de controle - o país é organizado em federação, e cada um dos 16 estados é autônomo para aplicar restrições.


No começo deste mês, manifestação semelhante reuniu cerca de 20 mil pessoas na cidade, praticamente todas sem máscara e sem manter distanciamento físico, já que o protesto é justamente por considerar exageradas as medidas oficiais de prevenção.

Nos últimos 14 dias que se encerraram na terça (25), houve quase 17.911 novos casos de coronavírus na Alemanha, mais que o dobro dos 8.810 da quinzena que se encerrou no primeiro dia de agosto.

O protesto de 1º de agosto havia sido liberado pelo governo desde que os manifestantes seguissem as medidas de prevenção (uso de máscaras e distância mínima de 1,5 metro entre eles), o que não ocorreu.

Apesar da proibição, o ministro do Interior de Berlim pediu que a polícia se prepare para a possibilidade de que ocorram aglomerações. "Não estou preparado para aceitar pela segunda vez que Berlim vire palco de coronacéticos, neonazistas e extremistas de direita", disse Geisel.

Segundo ele, há uma divisão clara entre os democratas e "aqueles que tornam nosso sistema desprezível sob o pretexto de liberdade de reunião e expressão". "Devemos comparar os direitos fundamentais à liberdade de reunião e à integridade de vida. Escolhemos a vida", disse Geisel.

Devido à preocupação com o crescimento de novos casos de Covid-19, o governo alemão tornou obrigatório o teste de coronavírus para todos os que chegam ao país por avião vindos de áreas consideradas de alto risco. Alguns estados ampliaram a medida também para entradas.

Desde que a nova regra passou a valer, há duas semanas, longas filas têm se formado em aeroportos como o de Hamburgo, no norte do país. Na última quinta (20), a espera para fazer o teste era de cerca de três horas, e a fila superava cem pessoas.

Veja também

Estudantes protestam na Argentina contra ajustes nas universidades públicas
Argentina

Estudantes protestam na Argentina contra ajustes nas universidades públicas

Israel e Hamas, 200 dias de guerra sem sinais de trégua
Israel

Israel e Hamas, 200 dias de guerra sem sinais de trégua

Newsletter