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Bolsonaro começa a libertar o povo de algo que ele desconhece

Bolsonaro pronunciou uma frase de efeito, sem qualquer ligação com a realidade Lula e Dilma

[M] Inaldo[M] Inaldo - Foto: Colunista

Em seu discurso de posse, na última terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro fez uma declaração que teve grande repercussão no exterior: “O povo começou a se libertar do socialismo”, disse ele. Quem não conhece o Brasil tem a impressão de que antes dele (presidente) tivemos governos socialistas, o que é absolutamente falso. No máximo tivemos presidentes que deram ênfase às questões sociais (FHC, Lula e Dilma), mas daí a chamá-los de socialistas vai uma distância monumental. O próprio presidente Lula, que seria dos três o mais “socialista”, não tomou nenhuma medida que pudesse ser considerada digna deste nome. Muito pelo contrário, conviveu amigavelmente com banqueiros, empreiteiros e latifundiários, sem em nenhum momento pôr em risco os seus (deles) interesses e privilégios. O programa do PT fala em “socialismo” com algo desejado, mas nem Lula nem Dilma praticaram qualquer ato de natureza socialista. Lula entregou o Banco Central a um ex-presidente do um banco norte-americano (Henrique Meirelles) e Dilma o Ministério da Fazenda a um ex-dirigente do Bradesco (Nélson Barbosa). Que danado de socialismo é este? Esse mesmo raciocínio se aplica também a governadores que se elegeram por partidos que têm o “socialismo” no nome: Miguel Arraes, Eduardo Campos e Paulo Câmara (Pernambuco), Renato Casagrande (Espírito Santo), Ricardo Coutinho (Paraíba), etc. Nem mesmo o comunista (do PCdoB) Flávio Dino, que acaba de renovar o mandato no Maranhão, praticou qualquer ato de governo que possa ser chamado de “socialista”. Motivo pelo qual a observação de Bolsonaro de que os brasileiros começaram a se libertar do “socialismo” foi apenas uma frase de efeito, sem qualquer relação com a realidade.

A razão do fico
Um dos motivos que levaram Paulo Câmara a manter em seus cargos os secretários Antonio de Pádua (Defesa Social) e Fred Amâncio (Educação) foi o resultado. A taxa de homicídios em Pernambuco está caindo há 12 meses e o ensino médio estadual foi apontado como o melhor do país. Não significa que todos que saíram eram ineficientes, mas o governador queria dar uma mexida geral na equipe.

A divisão > Luciano Bivar (PSL) já está com a relação dos cargos federais que existem em Pernambuco e cujos ocupantes deverão sair porque são oriundos dos governos Lula, Dilma e Temer. As nomeações terão que passar pelo crivo do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

O convite > Dilson Peixoto (PT), novo secretário de Desenvolvimento Agrário (ex-Agricultura), deve convidar o deputado não eleito Odacy Amorim (PT) para fazer parte de sua equipe. O sonho de Odacy é a prefeitura de Petrolina, mas ainda estamos muito longe de 2020.

A reforma > O Governo do Estado acordou para a necessidade de fazer uma reforma previdenciária, mas só vai definir o modelo após Bolsonaro enviar o dele para o Congresso Nacional. Uma medida inevitável é a elevação da alíquota dos servidores de 11% para 14%.

A coerência > O discurso de posse do ministro Paulo Guedes (Economia) deixou boa impressão até nos economistas que não têm simpatia pelo liberalismo dele. Foi coerente e didático do início ao fim. O programa dele se resume a três coisas: reforma da previdência, privatizações e reforma tributária, se possível substituindo seis impostos por apenas um.

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