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Bolsonaro critica restrições, diz que a fome mata e que está pronto para conversar com governadores

"O Brasil, está quebrando! E depois de quebrar não é como alguns dizem, [que] a economia recupera. Não recupera. Vamos ser fadados a viver num país de miseráveis", disse Bolsonaro

Presidente Jair BolsonaroPresidente Jair Bolsonaro - Foto: Evaristo Sá/AFP

Numa nova rodada de críticas a medidas restritivas adotadas por governadores, o presidente Jair Bolsonaro fez, nesta quinta-feira (14), um apelo pela reabertura do comércio, disse que, caso contrário, "vamos morrer de fome" e afirmou que está pronto para conversar com os chefes de governo estaduais sobre o tema.

"Tem que reabrir, nós vamos morrer de fome. A fome mata, a fome mata! Então, [é] o apelo que eu faço aos governadores: revejam essa política, eu estou pronto para conversar. Vamos preservar vidas, vamos. Mas dessa forma, o preço lá na frente serão centenas a mais de vidas que vamos perder, por causa dessas medidas absurdas de fechar tudo", declarou Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.

"O Brasil está se tornando um país de pobres. O que eu falava lá atrás, que era esculachado, estão vendo a realidade agora aí. Para onde está indo o Brasil? Vai chegar um ponto que o caos vai se fazer presente aqui. Essa história de 'lockdown', de fechar tudo, não é esse o caminho. Esse é o caminho do fracasso, quebrar o Brasil. Governador, prefeito, que porventura entrou nessa onda lá atrás, faça como já fiz alguma vez na minha vida. Se desculpa e faz a coisa certa", reforçou.

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Desde o início da pandemia no novo coronavírus, que até o momento matou 13.149 pessoas no Brasil, Bolsonaro tem atacado as políticas de isolamento social implementadas por governadores e prefeitos. O mandatário tem feito sucessivos apelos à reabertura do comércio e ao relaxamento das políticas de quarentena e de suspensão do funcionamento do comércio.

Governadores -como os de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC)- têm por outro lado insistido nas políticas de isolamento. Amparados em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal), alguns chefes de Executivo nos estados decidiram, por exemplo, ignorar decreto de Bolsonaro que ampliou a lista de atividades consideradas essenciais que, em tese, estariam liberadas para funcionar durante a pandemia.

Nesta quinta, Bolsonaro fez uma declaração à imprensa em que, de forma enfática, voltou a ressaltar os impactos que a crise do vírus geram na economia.

"Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), os informais da América Latina perderam 80% do seu poder aquisitivo. O pessoal celetista também, estão perdendo. Vai faltar dinheiro para pagar servidor público. Ainda tem alguns servidores achando que quer ter a possibilidade de ter aumento neste ou no ano que vem. Não tem cabimento, não tem dinheiro. O Brasil, está quebrando! E depois de quebrar não é como alguns dizem, [que] a economia recupera. Não recupera. Vamos ser fadados a viver num país de miseráveis, como tem países na África Subsaariana".

"Está morrendo gente? Está. Lamento, lamento, mas vai morrer muito, mas muito mais se a economia continuar a ser destroçada por essas medidas. A gente vê o pessoal mais pobre de São Paulo, na periferia, no Rio de Janeiro também, continua todo mundo se movimentando. Só na classe média e alta que está tendo esse problema grave no comércio", concluiu.

Apesar de ter ressaltado que faltará recursos para o funcionalismo, o Congresso aprovou na noite desta quarta (13) um projeto que autoriza reajuste para policiais e bombeiros do DF, custeados com recursos do Tesouro através do Fundo Constitucional do Distrito Federal. A proposta altera a Lei Orçamentária de 2020, prevendo o pagamento aos profissionais retroativo a janeiro deste ano.

A proposta permite aumento de 8% para policiais civis do Distrito Federal e de 25% para policiais militares e para os bombeiros do DF. Ao todo, os reajustes terão impacto de quase R$ 505 milhões.

O escolhido para relatar o projeto de reajuste de policiais do DF foi o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

Na saída do Alvorada, Bolsonaro vestia uma máscara de Polícia Militar do Distrito Federal. Ele afastou o utensílio da boca no momento em que discursou ou respondeu perguntas de jornalistas.

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