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Bolsonaro pretende enviar Exército para combater queimadas na Amazônia

Declaração ocorre menos de 15 dias depois de países europeus, como Alemanha e Noruega, terem anunciado que suspenderiam recursos para o Fundo da Amazônia

Presidente Jair Bolsonaro, do PSLPresidente Jair Bolsonaro, do PSL - Foto: Alan Santos/Presidência da República

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou na manhã desta sexta-feira (23) que deve assinar uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para que o Exército auxilie no combate às queimadas na Amazônia. "A tendência é essa, a gente fecha agora de manhã", disse em rápida declaração ao deixar o Palácio da Alvorada. Questionado se pretende liberar recursos financeiros, o presidente disse que o problema é ter recursos para isso.

A declaração ocorre menos de 15 dias depois de países europeus, como Alemanha e Noruega, terem anunciado que suspenderiam recursos para o Fundo da Amazônia por descumprimento do Brasil na política de combate ao desmatamento. Acuado em meio a uma repercussão global dos incêndios na região amazônica, Bolsonaro disse que seu governo fará tudo que estiver ao seu alcance. Ele deixou o Alvorada apressado para despachar no Palácio do Planalto, onde se reúne com sua equipe para discutir saídas para a situação. Entre os pontos está a eventual assinatura da GLO.

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Uma reunião ampla com a equipe ministerial está prevista para a tarde desta sexta, com participação de representantes de cinco ministérios: Defesa, Relações Exteriores, Meio Ambiente, Secretaria-Geral da Presidência e Casa Civil. Ainda na manhã desta sexta, o presidente participa de uma cerimônia em comemoração ao Dia do Soldado, no QG do Exército, em Brasília. Após sofrer críticas do presidente francês Emmanuel Macron, Bolsonaro assinou na noite de quinta (22) um despacho que determina que toda equipe ministerial adote medidas de combate à série de queimadas na floresta amazônica.

O documento, que também prevê que as pastas ministeriais façam um levantamento dos focos de incêndio, foi assinado durante reunião de emergência promovida pelo presidente, no Palácio do Planalto. O encontro teve as participações dos ministros da Casa Civil, Meio Ambiente, Defesa, Agricultura e Relações Exteriores. Na quinta, o presidente francês convocou, por meio das redes sociais, os países membros do G7 a discutirem a série de queimadas na floresta amazônica e classificou os incêndios criminosos como uma crise internacional.

O Palácio do Planalto tem minimizado o chamado de Macron e o classificado como uma "ameaça sem sentido". A aposta do entorno do presidente é de que, mesmo que o assunto seja discutido, o Brasil terá o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como aliado para barrar qualquer possibilidade de retaliação ao país. "O Macron não tem conhecimento do que está passando aqui, né. E essa questão das queimadas ocorrem em todo o período seco. Normalmente, ocorrem junto das cidades, junto de Manaus, Porto Velho, Rio Branco. Áreas meio degradadas", disse ao jornal Folha de S.Paulo o vice-presidente Hamilton Mourão.

Em live, nas redes sociais, Bolsonaro disse que o governo está buscando informações sobre a origem dos incêndios. Ele reconheceu que o desmatamento tem crescido, disse que não é fácil combater o problema, e sinalizou preocupação com eventual retaliação ao país. "[Quero] dizer aos repórteres, aqueles que vão usar a parte, não todos, mas uma minoria que vai usar o que eu estou dizendo aqui para maldade, [vou] dizer a vocês: estamos no mesmo barco. A nossa economia está escorada nas commodities. Se o mundo resolver nos retaliar, e a economia nossa bagunçar, todos vocês repórteres vão sofrer as consequências", disse.

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