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Brasil

Em São Paulo, alunos detidos em ocupação de escola são liberados

Os estudantes foram retirados do local na noite desta quinta-feira (3) por policiais militares e levados em dois ônibus até o 2º Distrito Policial, no Bom Retiro

Jorge Waquim é filósofo pela Universidade Paris Nanterre e tradutor. Jorge Waquim é filósofo pela Universidade Paris Nanterre e tradutor.  - Foto: Divulgação

Ao menos 36 pessoas, que tentaram ocupar o Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula de Souza, no centro de São Paulo, deixaram o 2º DP (Bom Retiro) por volta das 2h desta sexta-feira (4).

Os estudantes secundaristas e do ensino superior tinham ocupado a área externa do prédio às 17h50 desta quinta (3). Eles instalaram barracas sob a marquise.
A Polícia Militar foi acionada e isolou o quarteirão. Pouco antes das 19h, a tropa de choque chegou. A presença da força policial foi suficiente para dispersar os manifestantes.

Durante a chegada do choque, o grito de guerra era: "Alckmin, cara de pau, quero a Fatec igual à do comercial". Um grupo de estudantes foi colocado em um ônibus da polícia e levado à delegacia. Os estudantes reivindicam a liberação das bolsas de estudo para quem estuda em Fatecs. Eles também protestam contra PEC 241 e a reforma do ensino médio.

AGRESSÕES
Na delegacia, policiais militares disseram que a desocupação do prédio foi pacífica com os estudantes recolhendo as barracas que tinham montado sob a marquise da escola técnica.

No entanto, um adolescente de 16 anos disse que um policial militar, não identificado, chutou o seu queixo no momento em que se abaixou para guardar uma pasta na mochila.
Como estava com tontura, uma lesão no queixo e um dente quebrado, o adolescente foi levado ao pronto-socorro da Santa Casa de São Paulo.

Outras três adolescentes, com idades entre 16 e 17 anos, também falaram que foram chutadas por policiais militares. Todos devem fazer exame de corpo de delito.

GUARULHOS

Também na noite desta quinta, o campus da Unifesp em Guarulhos foi ocupado por estudantes que protestam contra a PEC 241 e a reforma do ensino médio.
Os manifestantes tinham decidido passar a noite no local. Em uma página do Facebook, eles afirmam que a ocupação foi decidida em assembleia.

DESOCUPAÇÕES
Depois de quase um mês de ocupações de estudantes a escolas e prédios públicos pelo Brasil, começaram ordens judiciais para reintegrar posse dos locais. Na tarde desta quinta, uma juíza do Paraná determinou a reintegração de posse das 44 escolas no estado que ainda estavam ocupadas.

Na segunda (1º), um juiz do Distrito Federal liberou o uso de instrumentos similares aos de tortura para liberar escolas da capital.

As ocupações afetaram o Enem, que acontece neste fim de semana. Quase 200 mil candidatos que fariam o exame nesses locais tiveram a prova adiada para os dias 3 e 4 de dezembro.

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