Brasil

Homem é resgatado após 20 anos acorrentado pela família

O pai da vítima, Amâncio Bezerra de Andrade, 67, não foi preso em flagrante, já que se apresentou espontaneamente

Bruno Ribeiro, Silvio Costa e João Paulo discutiram a visita de Lula e a crise política - Foto: Divulgação

Um homem de cerca de 36 anos foi resgatado pela Polícia Civil, na última quinta-feira, após passar quase 20 anos preso, acorrentado, em uma edícula no Jardim Leblon, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Segundo vizinhos, a vítima é Armando Bezerra de Andrade. Eles contam que ele era um garoto comum: estudava na escola do bairro e tinha boa relação com amigos. Mas, quando adolescente, sofria abusos físicos da madrasta e chegava a apanhar no meio da rua. Segundo eles, entre os 16 e os 17 anos de idade, ele desapareceu.

O pai da vítima, Amâncio Bezerra de Andrade, 67, não foi preso em flagrante já que se apresentou espontaneamente, segundo a polícia. O pai, indiciado por cárcere privado e maus-tratos, teria dito que o filho fugiu de casa no fim da adolescência e só reapareceu no dia 17, pedindo comida. De acordo com o depoimento de Amâncio Bezerra, o filho teria pedido para ficar preso, já que era usuário de drogas. A madrasta e um irmão, que viviam na casa, ainda não foram indiciados.

Testemunhas contam que policiais civis foram até o local por volta das 7h da quinta-feira devido a uma suspeita de tráfico de drogas na vizinhança e encontraram o cativeiro por acaso. As testemunhas dizem que, após buscas pelos traficantes, policiais entraram na casa da família (não tinha ninguém no momento). Foram até a edícula, onde acharam Andrade.

Os vizinhos contam que a vítima estava acorrentada a uma cama e com a barba grande (na altura do umbigo), repleta de fezes. Andrade teria passado todo esse tempo na edícula (um quarto com banheiro conjugado), em uma cama sem lençóis ou cobertores, boa parte do tempo preso a correntes. O local não tinha móveis ou eletrônicos. O banheiro tinha fezes espalhadas pela privada e pia.

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