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'Já peguei 20 vezes este vírus, talvez, ou ele não quer papo comigo', diz Bolsonaro sobre Covid-19

Nesta terça, o Brasil chegou a 555.383 casos confirmados e 31.199 mortes pelo novo coronavírus

Presidente Jair BolsonaroPresidente Jair Bolsonaro - Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil

Depois de uma batalha judicial que terminou com a apresentação de resultados negativos de exames, o presidente Jair Bolsonaro disse agora que "talvez" já tenha pegado "20 vezes" o novo coronavírus, mas que "talvez" tenha sido assintomático.

Em entrevista na porta do Palácio da Alvorada na noite de terça-feira (2), Bolsonaro disse que, ao se referir à Covid-19 como uma gripezinha, no início da pandemia, fazia menção a seu caso específico.

"A garotada, quando pega, nem sente. Desceram o cacete em mim porque eu falei que o meu caso, o meu, meu, particular, é gripezinha. Desceram o cacete em mim", disse o presidente, segundo vídeo publicado por apoiador.

"Agora, eu, apesar de estar no grupo de risco, eu sou o comandante da nação, tenho que estar no meio do povo. E ando no meio do povo. Eu já peguei 20 vezes este vírus, talvez, ou o vírus não quer papo comigo. É uma realidade. Vai pegar, vai contaminar muita gente. Parece que o time do Vasco tem um montão de cara com vírus lá. Vai pegar, e a grande maioria nem vai saber que pegou. Talvez o meu caso. Assintomático."

Nesta terça, o Brasil chegou a 555.383 casos confirmados e 31.199 mortes pelo novo coronavírus. "A gente lamenta os mortos. O pessoal sempre acha que eu estou ignorando. Lamento os mortos. Qualquer morto. Quem não perdeu familiar aí na vida? Mas, se tivesse dado atenção à questão do emprego, estaria diferente hoje em dia", disse Bolsonaro.

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Para embasar sua argumentação, disse não ter conhecimento de alguém que tenha morrido por falta de UTI ou de respirador. "Então, o vírus é uma coisa que vai pegar em todo mundo. Não precisava ter, grande parte da imprensa, criado este estado de pânico junto à população", afirmou.

O presidente, que apareceu sem máscara na noite de terça, na manhã desta quarta disse que voltará a visitar municípios próximos a Brasília no fim de semana para ver como está a vida de pessoas. O deslocamento será de helicóptero, como ocorreu no sábado passado (30), quando foi a Abadiânia (GO).

Na sexta-feira (5), ele vai a Águas Lindas (GO) para inaugurar um hospital de campanha para vítimas da Covid-19, que deveria ter ficado pronto até o início de maio. Em 11 de abril, quando Bolsonaro visitou o local, onde havia apenas a carcaça da unidade, a previsão era que o governo federal investisse R$ 10 milhões.

O hospital terá 200 leitos adaptáveis para unidades de tratamento semi-intensivas, com tubulação e suporte para respiradores. A operação ficará a cargo do governo de Goiás, que contratará uma OS (organização social) para gerir a unidade.

A escolha do local foi feita, de acordo com o governo federal, após pedido de apoio do governo de Goiás à União devido à necessidade de atenção especial à doença.Águas Lindas de Goiás tem um hospital regional que começou a ser construído em 2004, mas foi apenas parcialmente inaugurado. As obras começaram naquela época, tocadas pela prefeitura. Em 2013, o governo estadual assumiu o serviço.

Nesta quarta-feira, o Diário Oficial trouxe a nomeação do general Eduardo Pazuello como ministro interino da Saúde, 19 dias após Nelson Teich deixar o cargo. Pazuello chegou ao ministério como secretário-executivo com a missão de tutelar Teich durante a pandemia. Com a saída do ministro, o general passou a atuar como titular da pasta, o que só foi oficializado agora.

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