Brasil

Ministro diz que encontrou problemas em contratos de ONGs com Fundo Amazônia

As análises feitas foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (17)

Ricardo Salles, ministro do Meio AmbienteRicardo Salles, ministro do Meio Ambiente - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou ter encontrado problemas em contratos de ONGs com o Fundo Amazônia e querer mudanças na escolha dos projetos beneficiados. A afirmação, contudo, vem a partir da análise de apenas ¼ dos contratos do fundo.

A análise dos contratos feita pelo Ministério do Meio Ambiente foi divulgada na manhã desta sexta (17), no auditório do Ibama, em São Paulo.Segundo Salles, a análise, que em contratos do fundo com entes governamentais e ONGs, encontrou em em todo esse universo estudado o que o ministro classificou como problemas, como por exemplo, concentração de recursos em pagamento de pessoal, gestão, viagens e treinamento.

Salles não citou as entidades analisadas e não especificou como os contratos foram escolhidos para a análise.A ação do fundo na redução do desmatamento na Amazônia não é questionada pelo ministro, mas ele pretende implementar mecanismos para uma melhor mensuração desse impacto.

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A análise feita pelo MMA, segundo Salles, será repassada ao Controladoria Geral da União (CGU), ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao BNDES.Questionada pela reportagem, a CGU afirmou que não se envolveu na análise do MMA.

"A CGU não efetuou testes de auditoria sobre esses contratos ou avaliou os resultados que serão apresentados. As conclusões são de exclusiva responsabilidade do MMA", afirma em nota a CGU.

No ano passado o Fundo Amazônia, que possui R$ 3,1 bilhões geridos pelo BNDES, completou dez anos e a impressão geral dos resultados para os principais doadores do fundo era positiva. "Vem funcionando bem na Amazônia e também é um modelo para trabalhar em outros países", disse, à época, Ola Elvestuen, ministro do Meio Ambiente da Noruega -o país é responsável por 93% das verbas do fundo.

Ambientalistas, contudo, apontavam alguns problemas, como o uso governamental do dinheiro para compensar cortes orçamentários. Com isso, o dinheiro acabou utilizado, em 2017, para o leasing de carros para o Ibama e para o aluguel de helicópteros para fiscalização, por exemplo.

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