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Brasileiros em Washington vão às urnas mais motivados do que em anos anteriores

Segundo o consulado do Brasil, 13.033 eleitores estavam aptos a votar na cidade

Quem não votou no 1º turno e nem justificou não fica impedido de votar no 2º turnoQuem não votou no 1º turno e nem justificou não fica impedido de votar no 2º turno - Foto: Arquivo/José Cruz/Agência Brasil

Brasileiros que foram votar neste domingo (7) em Washington, nos Estados Unidos, tanto aqueles pró-Bolsonaro quanto os do grupo do #EleNão, se disseram mais motivados para votar nas eleições deste ano.

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A microempresária Stephanie Ferreira, 30, mora há sete anos nos Estados Unidos e foi votar com uma camiseta com o lema da campanha das mulheres contra o candidato do PSL. "Não tive interesse de vir votar na última eleição, mas nessa, viria nem que estivesse do outro lado do país", conta.

Ela diz que Bolsonaro é uma ameaça muito grande para o Brasil por causa do seu discurso de ódio. "E é meu dever tentar impedir isso. Meu atual endereço não anula a minha cidadania", afirma ela, que é casada com um americano e tem planos de voltar para o país de origem.

A socióloga Debora Brakarz, 41, moradora da cidade de Gaithersburg, em Maryland, está desde 1993 nos Estados Unidos e nunca deixou de votar. Mas a eleição deste ano, diz ela, tem uma importância maior.

"Vimos o que o Trump fez nesses últimos dois anos, e é isso o que vai acontecer com o Brasil se o Bolsonaro for eleito", diz. "Teremos mais racismo, violência, desrespeito com minorias e mulheres."

Nem todos concordam. A designer de bolos Vanessa Plácido, 38, que foi vestida com a camisa do Brasil junto do marido, e das filhas, de três e sete anos, acredita que Bolsonaro pode ajudar a melhorar o país. "É um momento histórico. O povo se uniu na tentativa de buscar algo novo", diz. "Quero que as minhas filhas possam dizer que nasceram no Brasil e que não seja visto pelos outros como o país da corrupção."

Já a auxiliar de limpeza Maria Odete Pannebecker, 53, gaúcha há 20 anos nos Estados Unidos, acredita que o capitão reformado "tem condições de mudar muita coisa". Ela diz que o fato de ele ser mais "durão" vai ajudar o Brasil a sair da situação em que está e mudar para melhor. "Em quatro anos, não vai conseguir mudar tudo, mas alguma coisa boa vai vir pra gente", afirma ela, que foi com blusa, bandana e canga estampadas com a bandeira do Brasil.

As eleições em Washington foram realizadas no hotel The Capital Hilton, a cerca de cinco minutos da Casa Branca. Do lado de dentro, brasileiros expatriados confraternizavam com amigos que não viam há tempos. Do lado de fora, pessoas distribuíam panfletos religiosos, um deles com a nova programação da igreja da Assembleia de Deus voltada para brasileiros, e vendiam camisetas com o rosto de Bolsonaro a US$ 15 (cerca de R$ 58).

Durante a tarde, não houve confusão e o tempo de espera nas filas não passava dos 30 minutos. Algumas pessoas reclamaram que os eleitores foram mal distribuídos entre as seções - algumas estavam vazias e outras, mais cheias. Foram disponibilizadas 17 urnas eletrônicas no hotel.

Segundo o consulado do Brasil em Washington (que responde pelo Distrito de Colúmbia e pelos estados de Maryland, Virgínia, Virgínia Ocidental, Ohio, Delaware, Kentucky e Carolina do Norte), 13.033 eleitores estavam aptos a votar. A estimativa é de que vivam entre 50 e 60 mil brasileiros nesses lugares. Em 2010, foram 5.773 eleitores inscritos e, em 2014, 10.575. O nível de comparecimento em 2010 foi de 47,4% e em 2014, de 34,7%.

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