Brics faz gesto ao Irã e 'condena' bombardeios, mas sem mencionar Israel e EUA
O Brasil exerce a presidência do grupo neste ano e negociou uma solução mediana, que é mais branda do que o próprio País adotou
Em um gesto ao Irã, os líderes do Brics vão adotar neste domingo, 6, uma declaração que condena os bombardeios contra o país realizados por Israel e Estados Unidos, segundo o Estadão apurou.
O uso do termo "condena" eleva o tom adotado no dia 24 de junho, quando as chancelarias dos países do Brics tiveram dificuldade em entrar em acordo e preferiram expressar apenas "profunda preocupação" com os ataques aéreos realizados por Israel, com o envolvimento direto dos EUA para atingir as três principais instalações nucleares iranianas.
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Como o Estadão antecipou, o Brasil havia proposto o uso do termo "condena" para atender ao Irã. O Brasil exerce a presidência do grupo neste ano e negociou uma solução mediana, que é mais branda do que o próprio País adotou. O governo Lula usou os mesmos termos que Irã desejava ver no comunicado de líderes do Brics.
No entanto, a diplomacia brasileira buscava construir um consenso e contemplar objeções de países do Brics que têm afinidades com EUA e Israel, como Índia, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
A sugestão brasileira, mais genérica, permite interpretar uma condenação dupla a alvos civis em ambos os países.
O inteiro teor da declaração de líderes deve ser divulgado na tarde deste domingo pelos líderes reunidos no Museu de Arte Moderna.