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EUA

Califórnia pede à Justiça bloqueio de ação de militares em Los Angeles

O número de militares patrulhando o centro da cidade americana vem crescendo nos últimos tempos devido à operações migratórias do governo Trump

Membros da Guarda Nacional da Califórnia montam guarda do lado de fora do Edifício Federal Edward R. RoybalMembros da Guarda Nacional da Califórnia montam guarda do lado de fora do Edifício Federal Edward R. Roybal - Foto: Ronaldo Schemidt / AFP

A Califórnia solicitou à Justiça, nesta terça-feira (10), que bloqueie com urgência o envio de tropas militares a Los Angeles, ordenado pelo presidente americano, Donald Trump, em meio a protestos contra as operações migratórias executadas por seu governo.

"Enviar combatentes de guerra às ruas não tem precedentes e ameaça os fundamentos da nossa democracia", disse o governador da Califórnia, Gavin Newsom.

"Donald Trump se comporta como um tirano, e não como um presidente. Pedimos ao tribunal que bloqueie imediatamente essas ações ilegais."

É crescente o número de militares patrulhando o centro de Los Angeles, palco de protestos desde sexta-feira contra as investidas contra a imigração em diferentes pontos da cidade.

O documento apresentado à Justiça solicita que seja proibida a participação de militares nas operações migratórias, normalmente realizadas pelo Serviço de Controle de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês).

Os primeiros soldados da Guarda Nacional chegaram a Los Angeles com a missão de proteger prédios federais.

Na segunda-feira, vários deles estavam posicionados em frente a uma instituição federal, enquanto a polícia local controlava um protesto nas proximidades.

As manifestações têm sido pontuais e, em sua maioria, pacíficas, com exceção de algumas lojas e veículos vandalizados.

As autoridades locais insistem que a situação está sob controle, mas Trump decidiu enviar 4 mil membros da Guarda Nacional e 700 fuzileiros navais, o que intensificou os protestos na segunda-feira e alimentou a batalha política entre o governo estadual democrata e a administração federal republicana.

"Para dizer sem rodeios, não há invasão nem rebelião em Los Angeles; há tumultos civis que não diferem dos episódios que ocorrem regularmente em comunidades de todo o país e que são contidos pelas autoridades estaduais e locais trabalhando em conjunto", afirma o documento apresentado por Newsom e pela Procuradoria da Califórnia.

Mas Trump e seu secretário de Defesa, Pete Hegseth, argumenta o texto, "tentam levar pessoal militar e uma cultura de guerra às ruas".

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