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Canal do Fragoso sofre com crime ambiental

Já houve muitos assaltos e até tentativas de estupro”, contou Ana Maria.

Aqui em casa tudo bemAqui em casa tudo bem - Foto: Reprodução

 

Quatro meses após fortes chu­­­vas castigarem o bairro de Jardim Fragoso, em Olinda, a funcionária pública Ana Maria da Silva, 58 anos, retornava para sua residência, que agora está reformada e sem nenhum resquício da lama deixada pela enchente, com a crença de dias melhores. Esperança que foi fragilizada quando a moradora percebeu que os entulhos de uma construção jogados às margens do Canal do Fragoso, um dos motivos da inundação que a fez perder quase tudo, estavam sendo novamente despejados no local. Segundo a prefeitura, o indicativo é de que esteja ocorrendo um crime ambiental, que será apurado a partir de hoje por técnicos.

Os destroços lançados às margens do canal criam montanhas de entulhos que tapam a visão do lugar, acabam servindo de “esconderijo” para a criminalidade e, nos meses das fortes chuvas, podem contribuir para o alagamento. O local virou um verdadeiro campo aberto de areia e barro. “A nossa maior preocupação é que, quando chegar o mês das chuvas, o canal pode transbordar e a água não vai ter por onde escoar, como aconteceu da última vez. O tráfico de drogas acontece ali mesmo, atrás desse amontoado de terra. 


Já houve muitos assaltos e até tentativas de estupro”, contou Ana Maria.
A auxiliar de enfermagem Lígia Maria da Conceição, 55 anos, ainda se recupera da dor da perda do filho, que morreu eletrocutado na última enchente, e lamenta não ter outro lugar para ir. Teme que tudo se repita e fica indignada com o despejo do material de construção. “Se pudesse, já teria saído desse lugar. Por conta desses entulhos, já perdemos muita coisa. Se Deus mandar água, possivelmente vai ter outra enchente”, desabafou.

A Prefeitura de Olinda informou que vai enviar uma equipe à rua do Riachuelo, em Jardim Fragoso, para verificar a denúncia e tomar as medidas cabíveis, que incluem a aplicação de multa. Ainda segundo a instituição, como o ato configura crime ambiental, um trabalho será feito para identificar o autor do descarte irregular dos resíduos sólidos às margens do canal.

 

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