Ter, 09 de Dezembro

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China volta a criticar CK Hutchison pela venda de portos no Canal do Panamá

O acordo de venda ocorreu após semanas de pressão do presidente americano, Donald Trump

Navio entra no Canal do Panamá, pelo lado do Oceano PacíficoNavio entra no Canal do Panamá, pelo lado do Oceano Pacífico - Foto: Martin Bernetti / AFP

As autoridades chinesas voltaram a criticar o conglomerado de Hong Kong CK Hutchison nesta quarta-feira (26) por ter vendido seus portos no canal do Panamá.

A empresa vendeu neste mês para o consórcio americano BlackRock seu negócio portuário por 19 bilhões de dólares (108 bilhões de reais), incluindo os portos de Balboa e Cristóbal nos extremos Pacífico e Atlântico do canal.

O acordo de venda ocorreu após semanas de pressão do presidente americano, Donald Trump, que não descartou uma intervenção militar para "recuperar" o controle dessa importante via marítima.

Segundo a CK Hutchison, a "documentação definitiva" da venda deve ser assinada em 2 de abril.

Dois gabinetes do governo chinês encarregados de supervisionar os assuntos de Hong Kong, um radicado em Pequim e o outro na ex-colônia britânica, republicaram um artigo que surgiu na imprensa que assegura que um acordo assim equivale a "enfraquecer suas próprias bases".

"Pessoas de toda a sociedade dizem que [vender os portos] por coação dos Estados Unidos é uma ação sem olhar para o longo prazo que unicamente atiçará as chamas da hegemonia", diz o artigo.

O artigo, publicado originalmente no jornal Ta Kung Pao, apoiado pelo governo, afirma citar legisladores de Hong Kong, políticos favoráveis à China e um economista.

Segundo o texto, não se pode considerar o acordo como puramente comercial, porque os portos vendidos são essenciais para a iniciativa chinesa da "Nova Rota da Seda", um programa de infraestrutura do governo chinês a nível mundial.

Até o momento, a CK Hutchison não respondeu publicamente às críticas sobre o acordo de venda.

A Panama Ports Company, uma empresa subsidiária da CK Hutchison, vinha operando dois dos cinco portos do Canal do Panamá desde 1997, graças a uma concessão pública.

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