Dom, 07 de Dezembro

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GUERRA

Cinco soldados israelenses acusados de maus-tratos a preso palestino

Segundo a acusação, os soldados "agiram contra o detido com grande violência", causando-lhe "ferimentos graves"

Israelenses detêm homens durante uma operação em andamento no campo de refugiados palestinos na Cisjordânia Israelenses detêm homens durante uma operação em andamento no campo de refugiados palestinos na Cisjordânia  - Foto: ZAIN JAAFAR / AFP

Cinco soldados israelenses foram acusados de maus-tratos a um prisioneiro palestino em julho de 2024 em um centro de detenção no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza, anunciou o Exército israelense nesta quarta-feira.

"O promotor militar indiciou cinco reservistas por terem cometido agressões em circunstâncias com agravantes e provocado ferimentos a um prisioneiro" no centro de detenção de Sdé Teiman, onde os palestinos estão detidos desde o início da guerra em 7 de outubro de 2023, disse o Exército em um comunicado.
 

Segundo a acusação, os soldados "agiram contra o detido com grande violência", causando-lhe "ferimentos graves", incluindo costelas fraturadas, um pulmão perfurado e uma fissura anal, disse o comunicado.

O incidente ocorreu em 5 de julho de 2024 durante uma revista na qual o prisioneiro foi vendado e teve suas mãos e tornozelos algemados, segundo a mesma fonte.

A acusação cita várias provas coletadas durante a investigação, incluindo imagens de câmeras de vigilância e laudos médicos.

O centro de detenção de Sdé Teiman fica em uma base militar. Palestinos, especialmente da Faixa de Gaza, foram presos no local após o início da guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista em solo israelense.

No início de fevereiro, um tribunal militar israelense condenou um soldado a sete meses de prisão por "maus-tratos" de presos palestinos no mesmo centro de detenção.

Em julho de 2024, o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, publicou um relatório afirmando que, desde o ataque de 7 de outubro, muitos palestinos foram presos secretamente, em alguns casos recebendo tratamentos que poderiam ser equivalentes a tortura.

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