Conheça cinco escritores africanos para ler durante o isolamento social
De nacionalidades distintas, os autores e autoras tratam de perspectivas anticolonialistas, questões de raça e gênero, histórias dos seus povos e a riqueza cultural de cada país do continente
Um dos berços da cultura ocidental, a África apresenta riqueza e diversidade em múltiplas áreas da arte nas suas nações. Com a literatura não é diferente. Nos últimos anos, o continente tem exportado escritores de grande repercussão, entre jovens e experientes, para o mundo. A reportagem da Folha de Pernambuco selecionou cinco nomes africanos para ler enquanto durar o isolamento social. De nacionalidades distintas, os autores e autoras tratam de perspectivas anticolonialistas, questões de raça e gênero, histórias dos seus povos e a riqueza cultural de cada país do continente.
Chimamanda Ngozi Adichie (Nigéria)
A nigeriana, que nasceu no estado de Anambra, trocou o curso de medicina e farmácia para se tornar um dos maiores nomes da literatura mundial contemporânea. Mestra em Artes e Estudos Africanos pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, Chimamanda ganhou destaque com a publicação do primeiro livro, “Hibisco Roxo”, em 2003. Após a obra, a escritora publicou mais seis livros, mesclando narrativas de ficção africana e outras obras sobre feminismo. Hoje, a autora já ganhou vários prêmios literários e é considerada uma das maiores feministas do planeta.
Leituras indicadas: Hibisco Roxo, Meio Sol Amarelo, Americanah e Sejamos Todos Feministas.
Mia Couto (Moçambique)
Escritor popular no Brasil, Mia Couto é de Beira, cidade de Moçambique. Escritor e biólogo, teve sua primeira obra publicada em 1992, "Terra Sonâmbula". Com o livro, ganhou o Prêmio de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos, em 1995. Incorporando expressões e particularidades da cultura moçambicana à língua portuguesa, Couto varia entre crônicas, poesias, contos e romances em sua obra. Entre premiações e honrarias, já foi homenageado no Prêmio Camões e Prêmio Neustadt, sendo um dos poucos escritores em português a conquistar tal ato.
Leituras indicadas: Terra sonâmbula, Um rio chamado tempo e Mulheres de cinza.
Chigozie Obioma (Nigéria)

Obioma vive nos Estados Unidos, onde trabalha como professor de literatura e escrita criativa na Universidade de Nebraska-Lincoln - Crédito: Facebook/Divulgação
O primeiro confirmado na Flip, em Paraty, na edição que seria realizada no fim deste ano, Obiama é um dos jovens promissores da literatura nigeriana. Hoje, ele mora nos Estados Unidos, onde atua como professor de literatura e escrita criativa na Universidade de Nebraska-Lincoln. Seu primeiro romance, "Os Pescadores", em 2015, foi vencedor e finalista dos principais circuitos literários norte-americanos. Em 2019, ele lançou seu segundo livro, "Uma Orquestra de Minorias", narrado por um espírito ancestral. Com as duas obras, ele realça a subjetividade e as características da literatura lgbo.
Leituras: Os Pescadores e Uma Orquestra de Minorias.
Ondjaki (Angola)
O angolano, que nasceu em Luanda, é um nome conhecido no Brasil. Conhecido por seus romances infantis, contos e poemas, a obra completa dele reúne mais de 25 livros. Em 2010, recebeu o Prêmio Jabuti no infanto-juvenil, pelo livro "AvóDezanove e o Segredo do Soviético". O circuito brasileiro não é o único. Ele venceu mais de 10 prêmios na carreira, incluindo o Prêmio Literário José Saramago.
Leituras: AvóDezanove e o Segredo do Soviético, Os Transparentes e Quantas Madrugadas Tem A Noite.
Nadine Gordimer (África do Sul)
Vencedora do Nobel de Literatura, em 1991, a sul-americana Nadine Gordimer nasceu em Joanesburgo, em 1923, e morreu em 2014. Autora de mais de 30 obras, ela viveu dedicada a narrar as desigualdades sociais causadas pelo apartheid no seu país. Além do Nobel, venceu Prêmio Man Booker por "O Conservador", em 1974.
Leituras: O Conservador, A Filha do Burger e Um Capricho da Natureza.
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