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Consumo mais consciente e focado na qualidade

Hoje, o brasileiro compara mais o preço do produto entre marcas e canais. Artigos tradicionais, conhecidos por seus atributos e com ações diferenciadas se consolidam.

Consumo mais consciente e clientes mais exigentes são a realidade de consumo atual no setor de bebidasConsumo mais consciente e clientes mais exigentes são a realidade de consumo atual no setor de bebidas - Foto: Reprodução/Pixabay

Tim-tim: tradução do brinde conhecida em qualquer lugar, seja com qual bebida for. Água, uísque, vinho, aguardente, café, leite... cada uma na sua ocasião, nas celebrações ou na mesa do dia a dia. E o setor anda otimista. Após dois anos de retração, a indústria brasileira de bebidas projeta retomada da demanda interna. Segundo a empresa global de pesquisa de mercado Euromonitor, as bebidas não alcoólicas recuperaram mercado em 2017. Já as alcoólicas tiveram queda de retração de 0,36% ante 2016, menor que a registrada em 2015 (3,18%).

Uma das tendências atuais observadas no setor diz respeito ao consumo mais racional e menos por impulso. Até meados de 2016, o brasileiro tinha uma inclinação mais aberta à experimentação. Hoje, a percepção de valor agregado do produto é mais valorizada.
O brasileiro compara mais o preço entre marcas e canais. A tentativa de replicar em casa a experiência que seria vivida nos bares e restaurantes é outro ponto observado. Segundo Angélica Salado, especialista sênior de pesquisas da Euromonitor, hoje existe uma busca mais consciente pela qualidade do produto. E é aí que entram as marcas tradicionais, conhecidas por sua qualidade e que sabem se aproximar dos consumidores.

O MAIS QUERIDO DOS PERNAMBUCANOS
A cada duas garrafas de uísque degustadas pelos pernambucanos, uma é da Teacher’s Scotch Whisky, uma das bebidas da Beam Suntory. A fabricante vende 80 milhões de doses por ano no Brasil - ou 4,2 milhões de garrafas. Hoje, a Teacher's tem 50% de participação no mercado do Estado e 32% no nordestino. Do total da marca consumido, 90% são no Nordeste. Não à toa, o uísque é o mais lembrado na Marcas que eu gosto.

O que leva Recife a ser a cidade que mais consome uísque no mundo é algo incerto, mas existem algumas suposições. Segundo Sylvia Sarubbi Costa, gerente de Marketing Teacher's para o Brasil, Paraguai e Uruguai, isso se deve à localização geográfica privilegiada da cidade no período de colonização, quando ainda havia uma grande movimentação portuária.

Outros direcionamentos sinalizam que o produto começou a ser inserido no mercado pernambucano por meio dos filhos dos antigos senhores de engenhos, que tinham a tradição de estudar no exterior e, quando retornavam para o Recife, traziam uísque para apresentar o novo hábito de consumo e se diferenciar dos demais, já que tinham acesso à bebida que os locais não tinham.

O uísque mais querido pelos pernambucanos é feito com maltes produzidos na destilaria de Ardmore, na Escócia. O blend [mistura] e engarrafamento são realizados no Estado. "O público da Teacher´s é A, B e C. Somos tanto o uísque do dia a dia do sujeito da classe A como a bebida das ocasiões especiais para as pessoas da classe C. Somos uma marca democrática", explicou Walter Celli, presidente da Beam Suntory Brasil em matéria publicada recentemente pelo portal FolhaPE.

A marca vencedora na categoria Uísque vem estreitando seus canais de comunicação e de interação dos consumidores do Brasil. Para isso, mantém canal ativo na plataforma digital com fanpage no Facebook e estuda a ampliação do canal com a inserção da marca também no Instagram. “Além disso, temos um trabalho constante e estratégico com influenciadores em diversos espaços com ações via formação de opinião com conteúdo espontâneo, via nossa agência de Propaganda e Comunicação Corporativa, e também por meio de parcerias comerciais, sob o comando da nossa agência de digital”, revela a gerente de Marketing.  Sobre o que mudou com o cenário digital, Sylvia resume: “Cada vez mais temos que não apenas comunicar, mas comunicar com agilidade, eficiência e objetividade”.

DESCOMPLICANDO A DEGUSTAÇÃO
O único detentor do título de Mestre do Vinho (Master of Wine) no Brasil, Dirceu Vianna Júnior, resumiu o mercado atual da bebida como algo que precisa ser descomplicado para alcançar todos os públicos. Em matéria recente publicada pela revista Exame, o enólogo falou do potencial de consumo do segmento no País que, apesar da popularização, ainda precisa quebrar o estigma de que a degustação requer rituais complicados. Ainda de acordo com o especialista, o uso de terminologias fáceis faria com que os ainda curiosos sobre o assunto começassem a explorar a bebida e a se divertir com ela.

O mercado brasileiro de vinhos tem percebido e adotado esta tendência, trazendo, de quebra, números positivos, como o crescimento de 18% no último ano, apesar da concorrência dos vinhos argentinos e chilenos. “Sem dúvida que há muita concorrência e opções no mercado, porém, nenhum país no mundo possui as características, terroir (solo, clima e região) que consegue se comparar ao vale dos vinhedos na produção de uvas vitis labrusca, com aroma, acidez, leveza e características únicas e distintas dos vinhos de mesa no País. O brasileiro é muito exigente, adora um vinho leve, delicado e suave”, argumenta o representante comercial do Quinta do Morgado na Região, Fabrício Navarro. O vinho é novamente o mais lembrado da Marcas que eu gosto na categoria Vinho Nacional. As empresas são parceiras há 20 anos, a vinícola produz e a Ingá gere toda a parte comercial.

E o que mudou da última edição do prêmio para cá? Segundo Navarro, as empresas estão cada vez mais próximas e atentas às exigências dos clientes. Isso inclui desde o controle e rastreabilidade do manejo das uvas nos vinhedos, até os processos de elaboração, caixas e garrafas que chegam às mãos dos consumidores. “Para isso, investimos sempre em tecnologia e treinamentos”, atesta, e finaliza: “O premio Marcas que eu gosto é para nós um reconhecimento do esforço, dedicação e carinho que toda a equipe Quinta do Morgado possui com o consumidor, pois um árduo trabalho de um ano começa com a colheita, realizada em apenas uma semana!”.

HÁBITO INDISCUTÍVEL DO BRASILEIRO
Os brasileiros estão entre os maiores bebedores de café do planeta. Em 2017, o consumo percapita no País chegou a 6,2 quilos, conforme pesquisa encomendada pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). A tradição do café Santa Clara, do Grupo 3Corações, preferência absoluta dos consumidores abordados na pesquisa Marcas que eu gosto, se inclui neste cenário e se consolida na preferência do público pesquisado pelo Ipespe. Tudo começou em 1959, no interior do Rio Grande do Norte.

O café Santa Clara, líder de vendas no Norte e Nordeste está presente na memória dos pernambucanos como uma marca tradicional, conquistando um público fiel e adepto da mania nacional que é a cara do brasileiro, o momento da degustação nas mais variadas ocasiões do dia. O Grupo 3Corações fortalece o elo com os consumidores através de campanhas presentes nas mais variadas mídias valorizando "o prazer nas coisas simples" e a importância de se "criar laços".

TRADIÇÃO QUE SE PROPAGA NAS MÍDIAS
Genuinamente pernambucana, a Pitú é repetidamente líder absoluta na preferência dos pernambucanos na Marcas que eu gosto quando se fala em consumo de aguardente. A marca, que ganhou em todas as 15 edições do prêmio, se mantém entre as 20 de bebidas destiladas mais produzidas no mundo. No mercado nacional, a Pitú é líder de vendas nas regiões Norte e Nordeste.

“A qualidade atestada de nossos produtos, a tradição da marca e a memória afetiva do público, aliadas às nossas assertivas campanhas de marketing, que dialogam com eventos populares proporcionam uma identificação imediata do público com os nossos produtos. O consumidor permanece fiel à marca Pitú. E o segredo de ser a aguardente preferida é estar sempre interagindo em diferentes mídias online e offline com dinamismo, humor e criatividade”, comemora Alexandre Ferrer, presidente da Pitú.
Entre as estratégias está a criação de diferentes layouts comemorativos para as latinhas de 350 ml da tradicional “branquinha”: Réveillon, Carnaval, Abril pro Rock e São João.
  
As redes também estão entre as ferramentas de conquista. A marca tem mais de um milhão de curtidores no Facebook. No Instagram já são mais de 33 mil seguidores. No canal do Youtube, a série de vídeos intitulada “Repórter Resenha” é um sucesso. A equipe já gravou os vídeos no Grande Recife, Interior e Paraíba.

ITEM ESSENCIAL DE CONSUMO
O mercado de água mineral tem driblado os desafios econômicos do Brasil e mantido as vendas, com o volume comercializado estável de 16 bilhões de litros, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Águas Minerais (Abinam). No mundo, o crescimento anual é de 7,6%.

Neste contexto, a água mineral Santa Joana se consolida mais uma vez como a mais lembrada na pesquisa Marcas que eu gosto. A empresa, que tem como carro-chefe os garrafões de 20 litros, surgiu há 24 anos e conta com quatro pontos de distribuição, incluindo as cidades de Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes e Recife.

Entre os motivos destacados pela empresa para manter-se forte na mente dos pernambucanos está o investimento constante em equipamentos de última geração, que garantem a pureza da água da coleta ao envase, sem nenhum contato humano e dentro das normas de controle dos órgãos fiscalizadores. A preocupação constante em reduzir a quantidade de plástico usado nas embalagens, diminuindo o impacto ambiental após o descarte, é outro ponto priorizado pela empresa.

CAMPANHAS REGIONALIZADAS
A Embaré produz o leite Camponesa, vencedor da categoria na pesquisa realizada pelo Ipespe. A empresa, famosa pelos caramelos, foi diversificando sua atuação ao longo dos anos, ampliando a linha de lácteos e derivados, incluindo a marca campeã da Marcas que eu gosto. O investimento em mídias da empresa tem como ponto forte a criação de campanhas específicas para públicos diferenciados espalhados pelas regiões do País.

Recife é a base operacional da unidade que responde por todo o Nordeste. A equipe da Embaré em Pernambuco conta com cerca de 170 pessoas, incluindo vendedores e gerentes. Já a filial regional emprega em torno de 300 pessoas. Segundo Ricardo Passos, diretor de Vendas da Embaré, a força da marca e o sucesso do leite Camponesa novamente como o preferido na Marcas que eu gosto se deve principalmente ao trabalho constante das equipes que se comunicam diretamente com os consumidores nos pontos de venda em vários pontos do Estado.

“Temos uma equipe grande e treinada para a abordagem. As ações e eventos onde o público está também são importantes para o sucesso da marca”, avalia o diretor.
Romero Marinho, diretor de Finanças da empresa aponta mais: “Preços competitivos e nunca faltar produtos nos pontos de vendas são fatores que também precisam ser levados em consideração”. A Embaré possui a certificação FSSC 22000, que garante a segurança dos alimentos em toda a cadeia de fornecimento da companhia.

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