Avião da vacina

Contêneires e 64m de comprimento: conheça avião que parte do Recife para buscar vacina na Índia

Itamaraty confirmou que a entrega das vacinas será atrasada, mas a decolagem do avião permanece marcada para esta sexta-feira (15)

Aeronave pousou no Aeroporto do Recife após decolar de Viracopos, em CampinasAeronave pousou no Aeroporto do Recife após decolar de Viracopos, em Campinas - Foto: Divulgação/Azul

Decola do Aeroporto do Recife, às 23h desta sexta-feira (15), o Airbus A330neo da Azul Cargo que buscará 2 milhões de doses da vacina contra Covid-19 de Oxford produzida pelo laboratório Serum, em Mumbai, na Índia.

A aeronave, maior da frota da Azul, foi equipada com contêineres no lugar dos assentos de passageiros. Nesses compartimentos, que devem garantir o controle de temperatura, serão estocadas as doses., em uma carga estimada em 15 toneladas. O avião chegou ao Recife após decolar do Aeroporto de Viracopos, em Campinas/SP, na noite de quinta-feira (14). 

Em voos de passageiros, o Airbus tem capacidade de transportar 298 passageiros. O enorme avião, com 64 metros de comprimento e 17 metros de altura, é capaz de percorrer grandes distâncias com economia de combustível. A rota para a Índia tem mais de 12 mil quilômetros e deve durar cerca de 15 horas em cada trecho.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou, na quarta-feira (13), que as empresas aéreas transportem vacinas refrigeradas com gelo seco na cabine de passageiros de aviões. O transporte só ocorrerá, entretanto, se não houver passageiros durante o voo.

De acordo com o regulamento brasileiro para aviação civil, o gelo seco é considerado um artigo perigoso e, por isso, apresenta restrições para ser transportado na cabine de passageiros.

Há, no entanto, um impasse sobre a exportação das doses. Isso porque o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Índia, Anurag Srivastava, disse, em coletiva de imprensa, nessa quinta-feira (14), que é “cedo demais” para o país falar sobre exportação de vacinas contra a Covid-19. A fala foi repercutida pela imprensa indiana.

O Itamaraty confirmou que a entrega das vacinas será atrasada e a Azul informou que a operação está mantida para começar nesta sexta-feira. "Qualquer alteração, nós ou o Ministério da Saúde comunicaremos", disse a aérea. A volta do voo ao Brasil estava marcada, a princípio, para o domingo (17), no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
 

No comunicado mais recente sobre o tema, o Ministério da Saúde havia afirmado que a Embaixada brasileira “está em contato constante com as autoridades indianas [...] para assegurar que a chegada da aeronave seja autorizada e que a licença de exportação da carga seja concedida sem percalços”.

De acordo com Anurag Srivastava, é cedo para discutir a exportação de vacinas porque a campanha de imunização da Índia está programada para ser lançada neste sábado (16). As informações são do Hindustan Times, veículo de imprensa indiano.

Fontes ouvidas pelo jornal afirmaram que não há prazo para envio de suprimentos contratados por países estrangeiros, incluindo o Brasil. 

O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, havia enviado, na sexta-feira passada (8), uma carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pedindo celeridade na liberação das vacinas, antes do anúncio oficial do voo.

“É muito cedo para dar uma resposta específica sobre o fornecimento para outros países, pois ainda estamos avaliando os cronogramas de produção e entrega. Tomaremos decisões a esse respeito no devido tempo, isso pode levar algum tempo", afirmou o porta-voz. Srivastava acrescentou que o primeiro-ministro da Índia prometeu produzir e distribuir vacinas no país “em benefício de toda a humanidade”. 

O Governo Federal aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a usar o imunizante de forma emergencial - o resultado deverá ser divulgado no domingo (18). A expectativa para o início da campanha de vacinação no Brasil é para a próxima quarta-feira (20), às 10h.

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