Corpo de peixe-boi é encontrado após dois dias de busca em Pau Amarelo
Animal tinha sido visto por banhistas agonizando no último domingo (7)
Após dois dias de busca na praia de Pau Amarelo, no Grande Recife, a equipe do Centro de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade do Nordeste (Cepene) localizou o corpo do filhote de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus). Ele estava em meio à faixa de areia, na altura do residencial Antilhas e apresentava sangue próximo ao focinho. O animal foi levado à base do Cepene, em Itamaracá, Litoral Norte.
Porém, devido ao estado avançado de decomposição, não será possível coletar materiais de necropsia para determinar a causa da morte. Serão colhidas apenas amostras na tentativa de fazer análises genéticas do animal, assim como procurar algum sinal que elucide o que pode ter ocorrido. Além disso, serão realizadas as medidas de biometria do mamífero. Conforme noticiado pela Folha de Pernambuco, o animal tinha sido visto por banhistas agonizando no último domingo.
A veterinária do Cepene que fez a ocorrência, Fernanda Attademo, salientou que este é o primeiro filhote de peixe-boi registrado na região. "A área era tida como sem ocorrência (para filhotes), mas os animais reintroduzidos em Alagoas têm frequentado essa área. Isso reforça a importância da região na conservação da espécie e também uma possível reconexão das populações existentes mais ao sul", observa.
Por conta disso, o Cepene irá fazer atividades de educação ambiental junto a banhistas e moradores locais a fim de reforçar que, caso encontrem esses mamíferos, não é para tocá-los, não retirar da água nem alimentá-los. "E se apresentar alguma anormalidade ou ferimentos, é para ligar imediatamente para a nossa equipe", reforçou o coordenador do Cepene, Leonardo Messias. Os telefones de contato são (81) 3676.1166, 3976.1109 ou 99189.8984.
Despreparo
No domingo (7), quando o animal foi visto agonizando, um leitor informou por meio do WhatsApp do FolhaPE (81-98187.9290) que procurou o Corpo de Bombeiros e a Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma), que não encaminharam nenhum efetivo. Um reflexo, na avaliação de Messias, do despreparo para orientar a sociedade sobre o encaminhamento correto. A Folha, inclusive, chegou a entrar em contato com os órgãos, que informaram não ser de competência deles esse tipo de caso.
"É importante reforçar que a proteção do meio ambiente e dos animais cabe a todos. O governo federal tem uma grande parcela de responsabilidade, mas a sociedade e as outras instituições não podem deixar de contribuir", critica.
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