Defensores dos animais protestam no Recife contra vaquejadas
Prática tem causado polêmica após decisão do STF poder proibir sua realização
A Federação das Associações Organizadas da Sociedade Protetora dos Animais de Pernambuco (Faos-PE) realizou, neste domingo (16), no Marco Zero do Recife, ato contra a realização de vaquejadas.
A mobilização foi motivada, principalmente, pela discussão acerca da vaquejada, depois que o Supremo Tribunal Federal derrubou, no último dia 6 de outubro, a lei cearense que a regulamentava como prática desportiva e cultural, assunto abordado em reportagem especial na edição deste domingo (16) da Folha de Pernambuco.
Durante a concentração, que durou cerca uma hora, cerca de 30 participantes mostraram cartazes e entregaram panfletos à população apresentando o posicionamento da Faos-PE sobre a questão. “A gente não é contra o evento, que deve continuar com shows, feira de artesanato, parques de diversões. Isso é o que mobiliza a economia, não a crueldade com o animal, que não pediu para estar ali”, defendeu a ativista Goretti Queiroz. “Os senhores de engenho também reclamavam perguntando quem iria pagar por seus prejuízos com o fim da escravatura; na Roma antiga era tradição jogar os cristãos aos leões. A gente tem que começar a evoluir”, criticou.
A presidente da Faos-PE, Luciane Nascimento, contou que a federação está preparando um dossiê com pareceres técnicos. O documento deve ser entregue ao Ministério Público de Pernambuco, à Delegacia de Meio Ambiente e à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado. “O circo acabou com os (números com) animais e os espetáculos não acabaram”, exemplificou.