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Orgulho

Dia do Orgulho: veja quem são os chefes de Estado e governo assumidamente homossexuais

Dois políticos gays conseguiram ser os principais representantes de seus países. No Brasil, há os governadores Eduardo Leite (PSDB) e Fátima Bezerra (PT)

Políticos homossexuais ainda estão longe de serem representativos nos cargos mais relevantes, mas a quantidade vem aumentando Políticos homossexuais ainda estão longe de serem representativos nos cargos mais relevantes, mas a quantidade vem aumentando  - Foto: Reprodução

O Dia do Orgulho LGBTQIAPN+ indica que, apesar de todos os avanços relacionados aos homossexuais, há ainda poucos gays e lésbicas assumidamente declarados em cargos políticos relevantes. Atualmente, três homossexuais ocupam postos de primeiros-ministros, os chefes de governo em países de sistema parlamentarista, sendo todos europeus.

Xavier Bettel (Luxemburgo), Leo Varadkar (Irlanda) e Ana Brnabić (Sérvia) ocupam o posto, tendo dois antecessores que abriram este espaço durante a década de 2010. O número de chefes de Estado é ainda menor, contando historicamente com Paolo Rondelli (San Marino) e Edgars Rinkevics (Letônia), que assumirá em breve.

Quando se olha para governos locais, esses números aumentam globalmente ao longo da História, havendo atualmente dez figuras políticas abertamente homossexuais que são a principal autoridade em seus distritos ou cidades de grande porte. Recentemente, gays, lésbicas e pessoas de outras orientações têm ocupado o espaço e aumentado as discussões de representação.

Chefes de Estado
Paolo Rondelli é gay e foi eleito capitão-regente de San Marino, o posto mais alto de governança local, em abril de 2022, fazendo História como o primeiro chefe de Estado abertamente homossexual do mundo. O pequeno país europeu sempre elege dois capitães-regentes, por meio de voto indireto, para um mandato que dura seis meses. Ao lado de Oscar Mina, ele governou a nação de 34.000 habitantes entre abril e outubro daquele ano.

"Provavelmente serei o primeiro chefe de Estado do mundo pertencente à comunidade LGBTQIA+", comemorou Rondelli no ano passado, por meio de suas redes sociais.

Ativistas reconheceram a conquista e confirmaram se tratar de um episódio inédito até então. Políticos homossexuais já haviam conseguido cargos elevados nas estruturas de poder de alguns países, mas a primeira vez no cargo mais alto foi reservada para Rondelli.

Um ano depois, confirmou-se o primeiro presidente gay da História da Letônia. Edgars Rinkevics foi eleito no dia 31 de maio. As eleições no país báltico, que é parlamentarista e tem aproximadamente 1,9 milhão de habitantes, são realizadas de maneira indireta.

Rinkevics conseguiu 52 dos 87 votos no Parlamento. Seu mandato como presidente do país se iniciará oficialmente no dia 8 de julho. O político de 49 anos foi ministro das Relações Exteriores do país por mais de uma década, e se assumiu homossexual em novembro de 2014, por meio de suas redes sociais.

Chefes de governo
Alguns outros países europeus contam ou já contaram com líderes declarados publicamente como homossexuais. Entre os principais, estão Xavier Bettel, que é o primeiro-ministro de Luxemburgo desde dezembro de 2013. Ele já tem quase dez anos de mandato à frente do país, como o primeiro gay a conseguir ser eleito, além de ter sido reconduzido ao cargo em 2018. Anteriormente, foi prefeito da Cidade de Luxemburgo

Na Irlanda, Leo Varadkar está ocupando o cargo de taoiseach equivalente a primeiro-ministro no país pela segunda vez. Primeiramente, esteve no comando entre 2017 e 2020, e voltou a ocupar o poder em dezembro do ano passado. Já a progressita Ana Brnabić ocupa o cargo de Primeira-Ministra da Sérvia há quase seis anos, desde o final de junho de 2017. Fez História sendo a primeira mulher e primeira lésbica a alcançar o cargo.

Os exemplos de personagens que já ocuparam a liderança de governo de seu país incluem a islandesa Johanna Sigurdardottir, política lésbica que foi a primeira pessoa homossexual assumida a ocupar um cargo de primeira-ministro no mundo, comandando seu país entre 2009 e 2013. Além disso, Elio Di Rupo conseguiu ser eleito na Bélgica, ficando de 2011 a 2014.

Ainda cabe destacar figuras que estiveram na posição de vice-primeiro-ministro, cargo que vem imediatamente após o chefe de governo. Desde 2020, na Bélgica, Petra de Sutter ocupa essa posição no governo de Alexander de Croo. O trabalhista Grant Robertson, ex-ministro da Economia da Nova Zelândia, foi vice de Jacinda Aldern até janeiro deste ano. Etienne Schneider (Luxemburgo) e Guido Westerwelle (Alemanha) já tiveram a mesma função.

Líderes locais
A lista de personagens políticos homossexuais que conseguiram alcançar o alto escalão de governos distritais é bem maior e variada em relação a localidades, ao longo de toda a História. Por exemplo, Di Rupo segue tendo um cargo de comando na Bélgica, como ministro-presidente da região da Valônia. Além dele, aparecem os nomes do australiano Andrew Barr e do holandês Arno Brok, com mandatos longos em territórios de seus países.

Nos EUA, duas governadoras lésbicas iniciaram mandatos ativos em janeiro deste ano: as democratas Maura Healey, em Massachusetts, e Tina Kotek, no Oregon. Kate Brown, mulher bissexual e antecessora de Kotek no estado do noroeste americano, teve dois mandatos entre 2015 e 2023.

No Colorado, Jared Polis assumiu seu primeiro mandato em 2019 e foi reeleito no último pleito. Já o primeiro homossexual e homem gay a ter este posto na História do país foi Jim McGreevey, governador de Nova Jersey entre janeiro de 2002 e novembro de 2004. Entretanto, só se descobriu sua orientação sexual quando foi revelado um caso de relacionamento extraconjugal, que o fez renunciar ao cargo.

Políticos pela América do Sul também fizeram História. Claudia López Hernández se tornou a primeira mulher e abertamente lésbica a ser eleita prefeita de Bogotá, capital colombiana, posto que ocupa desde o começo de 2020. Já na Argentina, Gustavo Melella é o governador da província de Tierra Del Fuego desde o final de 2019. Foi igualmente o primeiro homossexual a conseguir ser eleito no país.

O Brasil também tem dois representantes LGBTQIA+ neste patamar: Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, e Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte.

Leite teve seu primeiro mandato iniciado em 2019, mas renunciou no começo de 2022, porque objetivava ser candidato à Presidência do Brasil. Assumido gay em 2021, em entrevista no programa "Conversa com Bial", da TV Globo, ele acabou concorrendo ao governo gaúcho, tendo sido eleito novamente para cargo, que voltou a ocupar em janeiro, com cerca de 57% dos votos válidos. Até então, nenhum prefeito de capital, governador ou presidenciável havia se assumido gay no Brasil.

Já Fátima é lésbica e está em seu segundo mandato consecutivo em terras potiguares. Após Leite se pronunciar publicamente, ela falou abertamente sobre sua orientação sexual, e afirmou que em sua "vida pública ou privada, nunca existiram armários". Ela foi reeleita em primeiro turno no último pleito, com 58% dos votos.

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