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Dia do Voluntário: data celebra trabalho que alimenta a alma

Celebrada desde 1985, a data reconhece a forma nobre de ajudar o próximo e também convoca novos colaboradores

Ação celebra o dia do voluntário no Hospital de Câncer de Pernambuco.Ação celebra o dia do voluntário no Hospital de Câncer de Pernambuco. - Foto: Caio Danyalgil/ Folha de Pernambuco

Ser voluntário requer entrega - é doar a si mesmo sem esperar nada em troca, é a ajuda em sua forma mais nobre. Como um meio de reconhecer essas ações, nesta quarta-feira (28) é comemorado o Dia do Voluntário, data celebrada desde 1985 com o objetivo de valorizar o trabalho realizado de forma voluntária, além de sensibilizar a população na missão de conseguir novos colaboradores solidários. Para lembrar a data, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) promoveu uma manhã diferenciada com a atuação direta da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer, composta por quase 300 voluntários que dedicam tempo e carinho aos pacientes, acompanhantes e funcionários do HCP. 

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No hall externo do hospital, localizado no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, não faltou animação - voluntários e pacientes dançaram, lancharam e compartilharam histórias. Quem está à frente de todo o cuidado da Rede Feminina é Maria da Paz. Com 62 anos, Da Paz, como é conhecida, já está no segundo mandato presidencial da rede, totalizando 12 anos de dedicação. Para ela, o dia é de gratidão. “Nós aproveitamos este dia para expressar nossa gratidão a Deus pela oportunidade que ele nos dá”, conta. A voluntária quer que os outros percebam a vida como ela: “Quero motivar as pessoas a verem que a vida da gente passa a ter mais sentido no momento em que a gente abraça uma causa. A gente passa a ver a vida com a beleza que ela realmente tem”.

Maria da Paz, presidente da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer.

Maria da Paz, presidente da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer. - Foto: Caio Danyalgil/ Folha de Pernambuco

A entrada de Maria da Paz no voluntariado aconteceu pela dor, quando o pai recebeu  diagnóstico de câncer. “Me disseram que ele teria, no máximo, dois meses de vida, e vi que, por ele, eu não podia fazer muito, mas que tinha uma gama de pessoas que precisavam da minha ajuda”. Depois disso, o amor pelo voluntariado só cresceu.

Os voluntários da Rede Feminina Estadual de Combate ao Câncer têm idades e ocupações distintas, muitos trabalham ou estudam e precisam adequar a rotina para cumprir os horários na instituição. Ana Paula Vasconcelos, 47, é uma dessas pessoas. Novata no voluntariado, a mulher trabalha há um mês no setor de Pediatria toda segunda-feira. Quando não está no hospital, o universo é outro - arquiteta, Ana Paula trabalha em uma fábrica de móveis projetados e também confecciona projetos arquitetônicos próprios.

Ana Paula Vasconcelos, 47, arquiteta que trabalha como voluntário no Hospital de Câncer de Pernambuco.

Ana Paula Vasconcelos, 47, arquiteta que trabalha como voluntário no Hospital de Câncer de Pernambuco. - Foto: Caio Danyalgil/ Folha de Pernambuco

“Eu divido meu tempo, organizei minha para vida para me dedicar três dias à fábrica; os outros dias, à arquitetura; e a segunda-feira de manhã eu separo e me dedico apenas a esse projeto”, conta. Ana Paula enxerga o trabalho voluntário como um combustível que alegra toda a semana. “Para mim é como se fosse um alimento, é uma energia, eu me abasteço com esses sorrisos com esses carinhos”, afirma.

Alguns voluntários estão na instituição há anos e se dedicam exclusivamente à instituição. É o caso de Maria Luiza Rodrigues, de 46 anos, que passou metade da vida no HCP. A mulher ingressou como paciente, mas foi cativada pelo amor das voluntárias na hora de receber os cuidados. Em meio ao próprios cuidados e a 28 cirurgias, Luiza trabalha no ambulatório de mama e é muito querida por todos. Recentemente, ao descobrir um nódulo no seio, a mulher não se sentiu desestimulada e quis continuar com o trabalho voluntário enquanto se cuida. “É me cuidando e trabalhando, eu amo o que faço, eu não me vejo sem me ver sem estar neste hospital, dando amor aos pacientes”, diz.

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