Diagnóstico precoce é principal aliado contra o câncer de mama
A Folha de Pernambuco inicia nesta terça-feira a série “De mãos dadas pela vida”
A Folha de Pernambuco inicia nesta terça-feira a série “De mãos dadas pela vida”. No Outubro Rosa, o foco é alertar para a prevenção contra o câncer de mama. Todas as terças-feiras do mês traremos abordagens sobre o assunto. Neste primeiro dia o enfoque será o diagnóstico precoce, principal aliado para o sucesso do tratamento. Na próxima semana, vamos abordar a saúde emocional das mulheres após serem diagnosticadas.
Renata Coutinho, da Folha de Pernambuco
Prevenção contra o câncer de mama. Um cuidado que muitas mulheres conhecem, mas poucas seguem à risca. Os obstáculos são diversos. Vão desde dificuldades de acesso aos serviços - principalmente no SUS - até a falta de coragem de descobrir o que não se quer ter certeza.
Está aí um dos principais desafios neste Outubro Rosa: conscientizar as mulheres sobre a importância de se cuidar mesmo com o medo do desconhecido, de perseverar na prevenção. Está aí, a chave para o sucesso do tratamento. Estão aí as chances de cura, já que o diagnóstico precoce é o principal aliado nessa batalha.
Em Pernambuco, 620 mulheres morrem, em média, pela doença todos os anos. Entre 2010 e 2015 houve um aumento na mortalidade de 13,3%. Para o chefe do serviço de Oncologia do Hospital das Clínicas de Pernambuco, Luiz Alberto Matos, esse crescimento de mortalidade é um dos reflexos da demora das pacientes em ingressar nos serviços. “Esse cenário é uma frequente, principalmente no Sistema Único de Saúde”, disse. Ele lamentou que muitas pacientes só acessem as unidades médicas quando o câncer já está localmente avançado ou quando já se espalhou para outras partes do corpo (metástase).
O médico avaliou que algumas barreiras dificultam o diagnóstico precoce. “O primeiro deles é a falta de informação. Isso no sentido de saber suspeitar de algum achado anormal nas mamas. O outro é a carência de aparelhos de mamografia, principalmente, em localidades mais distantes. E o terceiro é a falta de disponibilidade pessoal”, comentou.
Ida ao mastologista
“O certo é que a partir dos 20 anos de idade a mulher já procure um médico de mama para começar a conhecer a sua”, orienta Darley Filho. A sugestão para pacientes sem alterações é frequentar o médico a cada três anos.
Na idade jovem, pode ser solicitado à mulher exame de ultrassonografia mamária, se ela tem histórico clínico que mereça um acompanhamento mais frequente - como nódulo já identificado ou casos de câncer na família. A mamografia é recomendada a partir dos 40 anos.
O mastologista desmistificou algumas crenças sobre fatores de risco externo do câncer de mama como uso de desodorantes e ingestão de carne de frango devido aos hormônios para acelerar o crescimento dos animais, por exemplo. “Até agora não há comprovação científica que se deva evitar isso para não ter câncer”.
Tinha 42 anos, mas ainda não havia realizado a mamografia. “Descobri o nódulo no autoexame. Procurei um médico e quatro semanas depois fiz a cirurgia de esvaziamento axilar e retirada do quadrante. Foi tudo muito rápido. Por isso mesmo não precisei retirar a mama.” O câncer de Maria foi há 20 anos. Hoje, curada, é voluntária do Espaço Renascer do Hospital do Câncer de Pernambuco.