Eleição presidencial não vai tirar o Brasil da crise
O caminho menos ruim para se traçar o futuro de uma nação é o parlamentarismo
Pesquisa do Datafolha divulgada ontem não traz maiores novidades na corrida presidencial, em relação à pesquisa de janeiro, salvo a presença do ex-ministro Joaquim Barbosa como pré-candidato do PSB. Como diz o ex-presidente FHC, Barbosa deixou uma “imagem positiva” no país, pois foi o primeiro negro a presidir o STF e o relator do processo do “mensalão”, que mandou para a cadeia os ex-ministro José Dirceu. Porém, os nomes que estão no páreo não são o mais importante neste processo e sim uma particularidade para a qual a maioria dos brasileiros não está atenta: a falta de apoio do Congresso ao próximo presidente da República, seja ele quem for. Num quadro fragmentando como o atual, com cerca de 20 pré-candidatos (em 1989 foram 23) e Lula fora da disputa, corre-se o risco de vermos no segundo turno candidatos que tenham obtido no primeiro cerca de 20% dos votos válidos. A menos que um dos finalistas se eleja no 2º com 60% dos votos válidos, o que lhe conferiria uma legitimidade inquestionável para encampar uma pauta de reformas, sendo a principal delas a da Previdência, o país continuará em crise, com um presidente com dificuldades para negociar com o Congresso e descobrindo aos poucos que o caminho menos ruim para traçar seu futuro é o parlamentarismo. Ou seja, governo ruim é destituído de imediato pelo parlamento e se convoca novas eleições.
Palanques regionais
Bolsonaro (PSL) virá ao Recife agora em maio para lançar a candidatura do coronel Luiz Meira a governador. O propósito do deputado é ter candidato a governador nos 27 estados. Na última 6ª feira ele esteve em Boa Vista (RR) e, na presença de 10 mil pessoas, lançou o empresário Antonio Denaruim para governador e o pastor evangélico Isamar Ramalho para o Senado.
Concessão 1 > De passagem por Bodocó neste final de semana, o senador Fernando Bezerra (MDB) declarou que a Prefeitura de Petrolina, comandada por seu filho Miguel, está finalizando o processo de contratação de uma nova empresa para operar os serviços de água e esgoto do município.
Concessão 2 > A Compesa, segundo o presidente Roberto Tavares, está com R$ 38 milhões em caixa para melhorar o serviço de abastecimento d’água de Petrolina. Mas diante das versões de que a prefeitura vai expulsá-la de lá, está segurando o dinheiro até segunda ordem.
O acordo > Os irmão Zeca (federal) e Júlio Cavalcanti (estadual), ambos do PTB, fecharam um acordo em Carnaíba com os ex-prefeitos José Francisco (Didi) e José Mário (ex-PSB), e mais 6 vereadores. Zé Mário rompeu com o prefeito Anchieta Patriota (PSB) e foi para a oposição.
Cadê Jucá? > Ao tomar conhecimento de que a bancada federal do MDB caiu de 65 para 51 deputados, o vice-governador Raul Henry perguntou: “Cadê a força do presidente Romero Jucá? Essa queda ocorreu exatamente na gestão dele como presidente nacional do partido”.