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Em Pernambuco, 7 mil feras estão com o Enem ameaçado

No País são mais de cem mil que podem ter o exame adiado por causa da ocupação nas instituições de ensino contra a PEC 241.

Daniel Coelho é deputado federal pelo PSDBDaniel Coelho é deputado federal pelo PSDB - Foto: Agência Câmara

 

A data do Enem será mantida, segundo o Ministério da Educação. Isso significa que pelo me­nos cem mil pessoas, sendo mais de sete mil em Pernambuco, podem deixar de fazer o exame devido à ocupação dos locais de prova por estudantes que se opõem à Proposta de Emenda Constitucional 241, já aceita pela Câmara dos Deputados. A PEC estabelece limite de gastos federais nos próximos 20 anos, respeitando apenas o valor de inflação, e os manifestantes preveem prejuízos tanto para a educação quanto para a saúde no País. São mais de mil escolas, campi universitários e institutos federais de ensino ocupados.

De acordo com o ministro da Educação, Mendonça Filho, a medida de adiamento da prova nos locais ocupados é a única alternativa do Governo. “Vamos prejudicar o menor número de candidatos dessa forma. Temos pouco mais de 1% do total de 8,6 milhões que pode ter a prova adiada”, afirmou. Por outro lado, o ministro espera que as instituições sejam desocupadas naturalmente. “Acho que as pessoas que serão prejudicadas devem se mobilizar para tentar sensibilizar os que estão ocupando, porque nós não queremos tomar uma postura de intimidação”, disse. Mendonça garantiu que a segunda prova aplicada para os alunos terá a mesma dificuldade da primeira devido ao método de Teoria de Resposta ao Item, ao qual o Exame obedece. Segundo o ministro, o TRI, como é conhecido, garante equilíbrio de dificuldade.

Aos candidatos, restam as dúvidas. Arthur de Araújo Barros, 17 anos, por exemplo, estudou com afinco durante todo o ano de 2016, mas não sabe quando fará o Enem. O estudante deseja cursar engenharia química e conhece a PEC 241 apenas superficialmente. Mas, sente as consequências individuais dos protestos. “Foi um ano suando, me preparando. Achar que vou fazer a prova em dez dias é ver no horizonte o momento de tirar esse peso das costas. Tudo que eu tinha para aprender neste ano, eu já aprendi. Eu desacelerei porque o que falta é fazer a prova”, contou o estudante. “Já cheguei a pensar que minha prova será mais difícil porque na prática eu teria mais tempo para estudar por causa do adiamento. Acredito que exista o direito de protestar, mas também é preciso garantir o meu direito de discordar.”

Outros alunos enxergam uma importância na ocupação que vai além do prejuízo próprio, como Andrews Lucena, 18 anos. Para o candidato a uma vaga no curso de Rádio e TV na UFPE, o impedimento é necessário. “Este ano foi todo de cursinho e estou muito estressado. Mas, o motivo da ocupação é extremamente importante. É assim para todas as pessoas com quem convivo”, argumentou. “Se o Enem for adiado, o estresse vai se estender. Mas, vou utilizar o tempo da melhor maneira possível. Tenho estudado e vou continuar estudando enquanto houver tempo. Acredito que a gente nunca está preparado.”

Dúvidas
Os participantes do Enem que tiverem dúvidas sobre a prova podem tirá-las por meio da Central de Atendimento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), no telefone 0800-616161. O órgão indica que, antes de procurar o atendimento telefônico, o participante consulte seus dados no site do Enem, no endereço www.enem.inep.gov.br.

 

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