Enchentes deixam rastro de lama e lixo nas ruas do Recife
Segundo os moradores ouvidos pela Folha de Pernambuco, embora os alagamentos na área fossem comuns no inverno, a "cheia" desta vez atingiu vias e casas mais altas
Depois da tempestade, vem a sujeira. As enchentes que tomaram a Região Metropolitana e a Zona da Mata na última semana deixaram um rastro de lama e lixo nas ruas. Entre as que ainda sofrem com os danos da chuva está o bairro do Coqueiral, Zona Oeste do Recife, onde muitos moradores, que perderam tudo o que tinham, convivem, desde sábado, com montes de entulho na porta de casa.
Segundo os moradores ouvidos pela Folha de Pernambuco, embora os alagamentos na área fossem comuns no inverno, a "cheia" desta vez atingiu vias e casas mais altas, que nunca tinham sido invadidas pela água.
O aposentado Carlos de Souza Calábria, de 70 anos, foi um dos prejudicados. Ele mora há mais de seis décadas na rua Manuel Teixeira e teve a casa quase toda inundada. Tudo o que possuía se perdeu. "Teve inundação em 1966, 1990 e agora. Esta foi a maior. Saí tirando, levantando, mas não adiantou de nada. Perdi roupa, cama, geladeira, fogão. Joguei tudo fora", disse.
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A também aposentada Terezinha Maria de Jesus, 72, é outra moradora que contabiliza os prejuízos. Roupas, colchões, guarda-roupa, sofá, até o carro do marido, tudo se estragou debaixo d'água. Com a demora na retirada do lixo pelas equipes de limpeza urbana, ela pagou a uma pessoa para fazer o serviço. "A prefeitura diz que não pode entrar aqui para pegar, só na principal [rua Coripós]. Ontem (terça-feira) eles vieram, hoje eu não vi", relata.
Em nota, a Prefeitura do Recife esclarece que desde o último sábado (28) reforçou os serviços de limpeza urbana em toda a cidade, mobilizando um efetivo com mais de 2 mil servidores da Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) para limpar e retirar lixo e os entulhos acumulados em função das fortes chuvas do fim de semana.
Até o momento, mais de 25 mil toneladas foram retirados das ruas. Somente no bairro do Coqueiral, a Emlurb tem 80 profissionais dedicados ao trabalho, com o suporte de 20 veículos, como pás-carregadeiras, retroescavadeiras e caminhões-caçamba. Já no bairro de Tejipió, são 50 homens com o apoio de dez veículos, como retroescavadeiras e caminhões-caçamba.
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