Ensino técnico também vive nova realidade
Alunos das ETE contam com boa infraestrutura de laboratórios, fundamentais para cursos de capacitação
A educação profissionalizante é um dos destaques do sistema educacional de Pernambuco. Atualmente, são 35 escolas técnicas estaduais em funcionamento, com previsão de inauguração de outras cinco unidades em 2017. São cerca de 30 mil alunos matriculados e, a cada ano, cresce exponencialmente o número de estudantes dispostos a entrar no processo de seleção – em 2015, por exemplo, foram mais de 45 mil inscritos. O interessante é constatar que esse horizonte positivo é bastante recente.
Até 2009, existiam apenas cinco escolas técnicas em Pernambuco. Dessas, as mais conhecidas no âmbito estadual eram a Almirante Soares Dutra, em Santo Amaro, e a Professor Agamenon Magalhães/Etepam, na Encruzilhada – essa última, a mais antiga do Norte/ Nordeste. Sete anos depois, a realidade é outra e, para alento dos estudantes, muito mais frutífera. A educação profissionalizante é um dos pilares da política pública na área. “As Escolas Técnicas Estaduais (ETE) são os símbolos da importância da educação para a formação dos adolescentes, por isso, precisamos preparar os nossos jovens para o mercado de trabalho e para a vida. Poder oferecer a formação de ensino médio, juntamente com a formação profissional, é dar a oportunidade para os nossos estudantes terem um futuro mais promissor”, destaca o secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amancio.
Fortalecer a educação profissional e, por conseguinte, investir nas escolas técnicas foi uma decisão do então governador Eduardo Campos, como recorda o secretário executivo de Educação Profissional, Paulo Dutra. Ele explica que, em 1998, uma lei federal promulgada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso separou a educação profissional do ensino médio. Somente em 2004, na primeira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o decreto 208 alterou a legislação, permitindo novamente a coligação entre os ensinos médio e profissionalizante. “Antes de 2009, por causa da lei federal, os cursos técnicos em Pernambuco eram geridos pela Secretaria de Ciência e Tecnologia. Naquele momento, Eduardo aproveitou a expansão da política do ensino integral para propor uma lei que criava a secretaria executiva que hoje ocupo, que passou a dar conta da educação profissional e integral”, situa Dutra.
Iniciava-se, ali, um processo de fortalecimento que culminou com a modernização da rede estadual de educação profissional e tecnológica. Hoje, a educação profissional é oferecida em três modalidades: subsequente, destinada a quem já concluiu o ensino médio, independente de faixa etária; concomitante, para quem está cursando o ensino médio em paralelo onde o curso é ofertado dentro da educação à distância; e na jornada do médio-integrado, “pra quem vem do ensino fundamental e tem a possibilidade de ter a formação geral e uma condução profissional de uma só vez”, como descreve Paulo Dutra, que define como “um casamento perfeito”.
Os cursos, que duram entre 18 e 24 meses, são organizados a partir dos seguintes eixos: ambiente e saúde; informação e comunicação; gestão e negócios; infraestrutura; e controle de processos industriais. Ao cuidado com a matriz curricular é adicionado o zelo com o alunado no que diz respeito às instalações físicas. No passado, quando a educação profissionalizante não era parte de uma sólida política pública, as escolas técnicas passavam a existir a partir de instituições que já existiam e funcionavam. “Eram estruturas mais antigas sobre as quais tínhamos que improvisar. Com o fortalecimento dado por Eduardo Campos e legitimado pelo governador Paulo Câmara, as escolas técnicas agora são construções novas, com prédios que abrigam até 12 salas de aula, refeitório e laboratórios modernos”, coloca o secretário executivo Paulo Dutra.
Do Litoral ao Sertão, portanto, passando por todas as 12 regiões de desenvolvimento de Pernambuco, as ETEs difundem um modelo de ensino que preza pela qualificação do alunado para uma posterior inserção no mercado de trabalho. “Hoje, toda cidade com mais de 40 mil habitantes tem uma escola técnica. Municípios como Petrolina, que possui o Instituto Federal do Sertão Pernambuco, por esse motivo não têm uma escola técnica, mas, em 2017, vamos inaugurar, por exemplo, uma ETE em Cabrobó, nas proximidades”, adianta Paulo Dutra.
FOLHA RESUME
De 2009 para cá, educação profissionalizante em Pernambuco viveu um crescimento exponencial. O número de escolas técnicas estaduais passou de cinco para 35. Outras cinco escolas estão em fase de implantação e serão entregues até o final do ano que vem. São 30 mil jovens pernambucanos que têm a oportunidade de garantir uma formação técnica, em cursos alinhados com a realidade de cada região do Estado. A maioria faz a capacitação paralelamente ao Ensino Médio, em regime de educação integral.