Estudantes expulsam diplomatas europeus de museu na Cisjordânia
A delegação da UE nos Territórios Palestinos lamentou que uma reunião de seus diplomatas tivesse sido "perturbada de forma agressiva"
Estudantes de uma universidade palestina da Cisjordânia ocupada expulsaram de um museu, nesta terça-feira (30), um grupo de diplomatas da União Europeia (UE) e denunciaram suas posições sobre a guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza.
A delegação da UE nos Territórios Palestinos lamentou que uma reunião de seus diplomatas tivesse sido "perturbada de forma agressiva por um grupo de estudantes".
Vídeos difundidos nas redes sociais mostram o cônsul-geral da Itália, Domenico Bellato, saindo apressadamente do museu palestino em Birzeit, a poucos quilômetros de Ramallah.
"O movimento estudantil rechaçou que estes visitantes viessem ao museu, por sua posição sobre o genocídio em Gaza. Por isso, pedimos que fossem embora", explicou Omar Kayed, um representante estudantil, à AFP.
Segundo uma pessoa presente no recinto, a multidão estava em busca de algum diplomata da Alemanha, país criticado por fornecer armas a Israel.
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Outro vídeo mostra um veículo bloqueado pelos manifestantes, alguns dos quais desferiram golpes contra as janelas e atiraram objetos.
"Hoje havia um seminário da UE no museu. Na hora do almoço, uma manifestação se formou do lado de fora" e os diplomatas, "entre eles o alemão, decidiram deixar o local", explicou à AFP Christian Kussler, porta-voz da representação alemã nos Territórios Palestinos.
O museu palestino de Birzeit, dedicado à história e cultura palestinas, afirmou em nota que desconhecia a identidade dos participantes da reunião.
"Se tivéssemos conhecimento da presença de países não solidários, teríamos negado o aluguel da sala", assinalou.
O museu indicou que alugou a sala para a embaixada da Bélgica, um país que, segundo ele, apoiou "a causa palestina desde o início da agressão contra o nosso povo em Gaza".
Em Ramallah, a polícia palestina impediu que um grupo de manifestantes chegasse à representação do Canadá, durante um protesto contra a posição de Ottawa na guerra em Gaza, constatou um correspondente da AFP.
O conflito na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro, após o ataque do Hamas no sul de Israel, no qual comandos islamistas mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram por volta de 250, segundo uma estimativa da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Em represália, Israel lançou uma ofensiva contra o Hamas que já deixou 34.535 mortos, principalmente civis, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo movimento islamista desde 2007.