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Estudantes ocupam escola em Apipucos, na Zona Norte do Recife

Eles protestam contra a PEC 55 e a medida provisória de reforma do Ensino Médio

Escola é ocupada em ApipucosEscola é ocupada em Apipucos - Foto: Anderson Stevens/Folha de Pernambuco

Estudantes ocuparam, nesta segunda-feira (7), a Escola de Referência em Ensino Médio Cândido Duarte, no bairro de Apipucos, Zona Norte do Recife. Por volta das 7h30 decidiram fechar a escola, para protestar contra a PEC 55 e a medida provisória de reforma do Ensino Médio. De acordo com a representante da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), que se identifica apenas como Dandara, ao chegar no local os gestores do colégio acionaram a GRE, que acionou a polícia.

Os policiais tentaram entrar, mas foram impedidos pelos ocupantes. Os professores estão apoiando o movimento, representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintepe) também estão de acordo com o protesto.  

De acordo com Dandara durante os dias de ocupação serão realizadas oficinas multidisciplinares com os alunos para gerar as notas de que precisam para cumprir o ano letivo. No final da tarde os estudantes fizeram uma assembleia para discutir a formação de comissões e a programação de oficinas.

"A gente não tem tempo determinado para acabar a ocupação. A gente pretende continuar para a construção de uma greve geral, mais futuramente, e para barrar a votação dessa PEC [241]. Porque a gente sabe que só 4 a 5% do PIB vai para educação. Os maiores gastos são pagando dívida exterior, cerca de 45% do PIB, e eles querem congelar exatamente de onde não tem", afirma Dandara.

"Já saíram várias pesquisas mostrando que se eles passassem um pente fino em quem sonega impostos, que são pessoas ricas, a gente teria esse dinheiro em menos de cinco anos. Eles querem congelar por 20 anos setores tão precários da sociedade", argumenta Dandara.

A parte administrativa está assegurada pela presença de um funcionário, que poderá emitir fichas 19 ou outros documentos.

Questionada sobre as permissões para entrar na escola, Dandara disse que "todas as pessoas são bem-vindas para conhecer a ocupação ou acompanhar as oficinas, mas entra e sai quem a gente achar que deve. Gestão, GRE e Secretaria de Educação não entram", afirmou.

Dandara contou que os policiais que fazem a patrulha se referiram a uma aluna de forma agressiva. "Todo mundo aqui já foi bem instruído sobre como reagir nessas situações. Temos uma comissão de comunicação para intermediar as interações entre os estudantes e as instituições".

"Depois que a gente se informou, foi em aulas públicas em universidades e outras ocupações, a gente fez uma assembleia com mais de 50% dos estudantes a gente resolveu ocupar de surpresa porque a gente sabe que a estrutura podia ficar comprometida se a gestão soubesse antes. Os professores estão todos do nosso lado", afirmou.

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