EUA destaca "vontade" israelense para acordo sobre Gaza
Em uma ligação entre o presidente Biden e o emir do Catar, o democrata "afirmou que o Hamas é agora o único obstáculo para um cessar-fogo completo"
Israel se mostrou disposto a aceitar um cessar-fogo e a libertação de reféns propostos pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas depende do Hamas dar um passo adiante, pois o grupo islamista é o "único obstáculo", declarou nesta segunda-feira (3) a Casa Branca.
Em uma ligação entre o presidente Biden e o emir do Catar, o democrata "afirmou que o Hamas é agora o único obstáculo para um cessar-fogo completo" e "confirmou a disposição de Israel em seguir adiante" com os termos estabelecidos na semana passada.
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Jake Sullivan, assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, também disse nesta segunda-feira que tinham "voltado a ver em Israel a vontade de dar um passo adiante e chegar a um acordo".
Os comentários de Sullivan, no Fórum de Impacto Global em Washington, ocorreram apesar das crescentes dúvidas sobre o plano, que Biden descreveu como uma iniciativa israelense, mas que suscitou reações mistas por parte do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
"Todas essas pessoas que têm pedido um cessar-fogo durante todo esse tempo, precisam dirigir seus olhos ao Hamas nesta semana e dizer: 'É hora de sentar à mesa, fazer este acordo'".
"Se o líder do Hamas em Gaza, Yahya Sinouar, decidir que está seguro em um túnel e que essa proposta não lhe interessa porque se sente seguro, é uma avaliação que ele pode fazer", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.
"Mas acredito que isso é claramente do interesse do povo palestino", acrescentou, argumentando que a proposta era "quase idêntica" à que o Hamas apresentou há algumas semanas, e dizendo que esperava que o Hamas "não mudasse agora as metas".
Sullivan, que realizou uma série de visitas ao Oriente Médio desde que os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro desencadearam a guerra, afirmou que um acordo seria "o melhor" para a população de Gaza, Israel e os Estados Unidos.
Na sexta-feira, Biden apresentou um plano israelense em três fases que poria fim ao conflito, libertaria todos os reféns e conduziria à reconstrução do devastado território palestino sem o Hamas no poder.
No entanto, o gabinete de Netanyahu rapidamente enfatizou que Israel seguiria com a guerra até alcançar todos os seus objetivos, incluindo o fim do Hamas como força militar e política.
Um porta-voz do governo acrescentou nesta segunda-feira que o premiê israelense considerava "parcial" o plano apresentado por Biden.
O Hamas não fez nenhum comentário oficial desde sexta-feira.