Europa poderia ter dificuldades para mobilizar tropas e armamento em caso de guerra, diz estudo
Desde que Vladimir Putin lançou a invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, os países da União Europeia aumentaram os gastos militares
A Europa poderia ter dificuldades para mobilizar tropas suficientes ou para produzir armas rapidamente em caso de um conflito direto com a Rússia, advertiu um estudo nesta terça-feira (4).
A Rússia é uma "ameaça a longo prazo" e a Europa necessita de uma estratégia econômica de defesa coerente", aponta o relatório "Europa-Russia: Balance of Power Review", elaborado pelo Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI),
"Precisamos (…) identificar nossas forças e fraquezas", disse o diretor do IFRI, Thomas Gomart, à AFP, destacando "lacunas militares críticas".
"Os países europeus têm o potencial necessário, ou seja, os recursos econômicos, capacidades militares e conhecimento tecnológico para enfrentar a Rússia em 2030, desde que - e esta é obviamente a palavra mais importante - demonstrem vontade política", apontou.
Desde que Vladimir Putin lançou a invasão em grande escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, os países da União Europeia aumentaram os gastos militares.
Leia também
• Coreia do Norte envia 5.000 soldados à Rússia para reconstruir infraestruturas, diz Seul
• Rússia conseguiu avanços estáveis na Ucrânia em outubro, segundo análise
• Trump diz que Rússia e China testaram armas nucleares em segredo
Mas as forças terrestres europeias têm "déficits críticos", também em suas reservas de munições, segundo o relatório, e existem ainda "motivos para duvidar da disponibilidade política, estratégica e operacional de algumas tropas europeias em caso de um cenário de confronto".
Segundo o relatório, dos 30 países que fazem parte da Otan ou da UE, 20 possuem exércitos terrestres relativamente pequenos, com menos de 15 mil soldados profissionais cada.
"Com exceção de alguns poucos Estados de primeira linha que poderiam mobilizar reservas e guardas nacionais em seu território, os demais seriam incapazes de gerar mais que um par de batalhões para enviá-los para fora de suas fronteiras", aponta o estudo, elaborado com o apoio de um comitê diretivo de diretores de think tanks europeus.
Além disso, a maior parte da formação de grandes unidades recairia sobre os ombros de "talvez seis países", entre eles França, Reino Unido e Alemanha, segundo o IFRI.

