Ex-presidente das Maldivas se encontra em estado 'crítico' após atentado
Mohamed sofreu um atentado na última quinta-feira
O ex-presidente das Maldivas e atual chefe do Parlamento, Mohamed Nasheed, encontra-se em estado "crítico" nesta sexta-feira (7), após ter sido vítima de um atentado — informou o hospital onde ele está internado.
Primeiro chefe de Estado democraticamente eleito neste arquipélago do Oceano Índico, Nasheed, de 53 anos, foi gravemente ferido na quinta-feira (6) à noite quando uma bomba oculta em uma motocicleta explodiu quando ele entrava em seu carro em Malé.
"Ele está em estado crítico, em terapia intensiva", informou o hospital privado ADK esta manhã.
O ex-presidente precisou passar por três intervenções cirúrgicas para extrair vários fragmentos da bomba de seus pulmões e do abdômen.
Em uma mensagem transmitida na televisão, o presidente Ibrahim Mohamed Solih anunciou que uma equipe da polícia australiana chegaria ao arquipélago no sábado para auxiliar na investigação.
O presidente denunciou um ataque à democracia e prometeu que os responsáveis "serão levados à Justiça".
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A polícia informou que o ataque de quinta-feira era considerado um "ato de terrorismo" e lançou uma chamada para coletar qualquer informação que possa ajudar a identificar os autores.
A explosão ocorreu pouco antes de um toque de recolher noturno previsto para entrar em vigor na capital como parte das restrições sanitárias para combater a pandemia de covid-19.
Com 330.000 habitantes, as Maldivas são conhecidas por serem um destino turístico de luxo e por sua instabilidade política.
Nasheed, um ex-prisioneiro de consciência, foi eleito democraticamente nas primeiras eleições multipartidárias de 2008. Foi derrubado em um golpe de Estado em 2012 e condenado a 13 anos de prisão em 2015 sob a acusação de terrorismo.
Organizações de direitos humanos denunciaram que o veredicto teve motivação política.
Ele foi liberado da prisão para tratamento médico e seguiu para o exílio no Reino Unido. Voltou ao país em 2018.
Tornou-se, então, presidente do Parlamento, o segundo cargo mais alto na hierarquia do Estado, após as eleições de 2019.