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Crime

Falsa biomédica presa atraía clientes para procedimentos estéticos no RJ pelas redes sociais

No Instagram, Gilcilene Gama mostrava resultados de preenchimento de olheiras, de lábios e estética corporal; clínica foi fechada por manter produtos contrabandeados e vencidos

Gilcilene usava as redes sociais com mensagens para atrair clientesGilcilene usava as redes sociais com mensagens para atrair clientes - Foto: Reprodução

Era usando as redes sociais – que tinham dezenas de seguidores – que duas falsas médicas conseguiam clientes para uma clínica de estética, que acabou sendo fechada pela 11ª DP (Rocinha), na Barra da Tijuca, nesta terça-feira (17). Com mensagens motivacionais, elas divulgavam seus procedimentos estéticos e ganhavam a confiança das clientes. Mas, os clientes não sabiam que elas não poderiam exercer a profissão e que usavam medicamentos ilegais nos procedimentos.

No local, os agentes acabaram encontrando remédios vencidos, produtos contrabandeados da Coreia do Sul e medicação não licenciados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O local também não tinha alvará de funcionamento. Foram presas: Gilcilene Gama Gusmão e Marcelle Gama de Sá, ambas primas.

De acordo com a Polícia Civil, a Espaço INN Derm sequer tinha pia com torneira funcionado. No entanto, oferecia procedimentos como: preenchimento de olheiras, de lábios e estética corporal. Além disso, os investigadores destacaram que “a proprietária Gilcilene, que se intitula biomédica e realiza diversos procedimentos estéticos, conforme divulgação nas redes sociais, não possui cadastro, ou seja, não pode exercer a profissão”. Gilcilene é acusada de comercializar produtos contrabandeado para outras clínicas. A mulher, segundo a Civil, não poderia exercer a profissão porque não tem registro no Conselho regional de Medicina.

Ainda segundo a 11ª DP, Marcelle é dentista e usava produtos para a realização de procedimentos com ácido hialurônico, fio PDF e outros medicamentos proibidos.

Durante a fiscalização, agentes da Vigilância Sanitária encontraram produtos que não são autorizados pela Anvisa e medicamentos fora do prazo de validade. Tinha até produtos contrabandeados, que vinham da Coreia do Sul, e eram revendidos para outras clínicas. Por não ter alvará, a Vigilância Sanitária interditou o espaço.

"Identificamos que as duas pessoas que realizavam procedimento estético nessa clínica eram uma dentista e uma biomédica, suposta biomédica, porque na verdade essa biomédica não tinha nem registro no órgão. Isso é proibido. A clínica funciona sem alvará, e encontramos no local a pessoa atendendo uma paciente. Nós observamos diversos medicamentos fora da validade, sem autorização da Anvisa, contrabandeados e sem registro de autorização da Anvisa para poderem ser comercializados", disse a delegada Flávia Goes Monteiro Romero de Barros, titular da 11ª DP.

As investigações começaram a partir da denúncia de uma cliente, moradora da Rocinha. Ela teve problemas no rosto depois de um procedimento estético, desconfiou da procedência do material usado e procurou a polícia.

As mulheres vão responder pelos crimes de contrabando, exercício ilegal da profissão, uso de medicamentos adulterados e fora do prazo de validade.

Em Madureira, na Zona Norte, a Delegacia do Consumidor (Decon) e o Procon-RJ fecharam outras quatro clínicas de estética. Além de produtos fora da validade, uma das clínicas tinha medicamentos que já são proibidos há vinte anos pela Anvisa. Alguns eram usados para eliminar gordura localizada. A polícia também investiga procedimentos estéticos invasivos feitos por profissionais não especializados, como aplicação de ozônio no corpo.

Em uma das clínicas, tinha uma câmara de bronzeamento artificial que também é proibida pela Anvisa no Brasil. Duas mulheres foram presas por crimes contra relações de consumo e saúde pública.

"Em um dos estabelecimentos foi encontrada um câmara de bronzeamento artificial, que é proibida pela Anvisa, além de medicamentos também proibidos pela Anvisa. Em outro estabelecimento, pode se constatar medicamentos e cosméticos fora do prazo da validade, que são impróprios para o consumo", informou a delegada Carina da Silva Bastos, titular da Decon.

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