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Federais paralisam na próxima quarta contra corte de verbas

Corte de 30% no orçamento das universidades deve comprometer o funcionamento das instituições

Professores e funcionários não trabalharão dia 15Professores e funcionários não trabalharão dia 15 - Foto: Kleyvson Santos/Folha de Pernambuco

Professores e servidores da UFPE e UFRPE decidiram em assembleias realizadas nessa quinta-feira (9) aderir à Greve Nacional da Educação, programada para acontecer na próxima quarta-feira (15) em todo o Brasil. A paralisação é contra algumas medidas anunciadas pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub, na última terça-feira (7).  Entre elas, os cortes de 30% no orçamento das universidades e das bolsas pela Capes para a pós-graduação. Ao todo, o bloqueio soma em todo o País cerca de R$ 2,2 bilhões.

Os profissionais alegam que tais medidas acarretam graves prejuízos ao ensino e ao papel fundamental desempenhado pelas universidades federais no desenvolvimento econômico e social. Além disso, a categoria também protesta contra o projeto da reforma da Previdência apresentado pelo Governo Federal.

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Os servidores da UFRPE definiram ontem que, na quarta-feira, a partir das 15h, participarão de ato em frente ao Ginásio Pernambucano, na rua da Aurora, Centro do Recife. No mesmo dia, às 8h, haverá uma mobilização na praça da Fonte Luminosa, em frente ao Colégio 15 de Novembro, em Garanhuns, no Agreste do Estado. “O bloqueio nas verbas das universidades e institutos federais atinge principalmente as áreas de custeio, como segurança, limpeza, pagamento de água e energia elétrica, entre outros serviços essenciais. A Greve Nacional da Educação será uma preparação para a greve geral dos trabalhadores, marcada para 14 de junho”, diz comunicado postado nas redes sociais do Sintufepe-UFRPE.

A Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe) também realizou, nessa quinta-feira pela manhã, uma assembleia com a categoria. Os presentes reforçaram a importância de unificar os três segmentos (professores, técnicos e estudantes) em defesa da educação pública e da universidade, bem como dos direitos conquistados. Em suas falas, os docentes, que também participarão do ato na rua da Aurora, na quarta-feira, reforçaram a necessidade de fortalecer a unidade da comunidade universitária. “Na conjuntura atual, é importante salientar as diretrizes do governo, que estão em choque com os interesses da educação”, diz o comunicado.

Na quarta-feira, reitores das Universidades Públicas de Pernambuco divulgaram que o corte de 30% no orçamento afetará atividades de ensino, pesquisa e extensão, e que, se mantida, a medida impossibilitará o pagamento de despesas de manutenção básica, como água, luz, segurança, compra de equipamentos e até mesmo na paralisação das instituições.

Juntos, eles convocaram um Dia D de mobilização, marcado para o dia 21 de maio, quando membros da comunidade acadêmica irá locais públicos conversar com a sociedade sobre a importância das instituições. Somente na UFRPE, com 17 mil alunos, desde o ensino médio, graduação e pós-graduação, o corte anual é de R$ 27,94 milhões, de acordo com a reitora da instituição. Na UFPE, o bloqueio foi de R$ 55,8 milhões.

De acordo com o coordenador de comunicação e imprensa do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (Sintufepe), Guilherme Costa Neto, o atual cenário é resultado de um processo que visa ao desmanche da educação e dos demais direitos sociais, incluindo a reforma da Previdência. “Em vez de investir em educação, estão destruindo o que já foi conquistado”, opinou. Na próxima segunda, os servidores da UFPE farão nova assembleia para definir as mobilizações que serão realizadas no próximo dia 15.

Petroleiros
Além dos profissionais e estudantes da área da educação, outros setores deverão aderir à mobilização nacional. Um deles será o petroleiro, que irá aproveitar a ocasião para protestar contra a venda de ativos da Petrobras. “Os petroleiros estarão juntos com os profissionais da educação. Não mexa com a Educação e não mexam com a Petrobras”, afirma o coordenador da Federação Única dos Petroleiros, José Maria Rangel.

“Quando descobrirmos o pré-sal, tínhamos certeza que parte significativa dos recursos dessa riqueza tinha que ser destinada à educação pública. Porque nós temos a dimensão do que significa uma educação de qualidade em um país tão desigual quanto o nosso”, completa. No fim de abril, trabalhadores do setor fizeram também uma mobilização em virtude da venda da Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

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