Fotógrafo usou arma de sargento reformado para matar ex-namorada e o pai dela em Serrambi
O homem não aceitava o fim do relacionamento com Paula Regis e saiu de casa determinado a matar ela e os pais. O assassinato dela foi qualificado como feminicídio
O fotógrafo Paulo Robert, que tirou a própria vida depois de matar a ex-namorada e o pai dela em um condomínio em Serrambi, em Ipojuca, no Grande Recife, usou a arma e algemas do seu padrasto, que é sargento reformado da Polícia Militar (PM), para praticar o crime, na noite da última quinta-feira (12). De acordo com a polícia, o homem de 30 anos não aceitava o fim do relacionamento com Paula Regis e saiu de casa determinado a matar a ex-namorada, o pai dela, Ênio Biela, de 58 anos, e a mãe dela, Suzana Régis.
A motivação considerada pela polícia foi o fim do relacionamento. Por conta disso, o assassinato de Paula foi qualificado pelos investigadores como feminicídio. De acordo com a PM, a afirmação se aplica devido ao decreto de número 44.950, que tipifica assim o crime quando a vítima tem ou teve um relacionamento íntimo ou afetivo com o agressor; existem laços de parentesco ou ainda está caracterizado o menosprezo ou discriminação do agressor pela vítima e seu corpo.
De acordo com o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle do Amaral, o fotógrafo já chegou na casa da família da ex-namorada anunciando que todos deveriam ser algemados. "Ele se apossou do revólver e algemas do seu padrasto, foi até a casa da vítima e pediu que eles se algemassem para matá-los, de acordo com a narrativa da dona Suzana. Como eles se negaram, ele começou a efetuar disparos”, detalhou Kehrle.
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Ainda segundo o delegado, o ex-sogro de Paulo foi o primeiro alvo. “Em seguida ele atirou contra a Paula, sua ex-companheira, e depois contra a dona Suzana. A partir daí ele aponta a arma para a própria cabeça e efetua o disparo, cometendo suicídio”, narrou o chefe da polícia.
Paula foi morta com dois tiros na cabeça e seu pai foi atingido por um disparo no pescoço. A mãe da jovem, Suzana Regis, levou um tiro de raspão no pescoço. Na sequência, Paulo se matou. Com medo de que ele ainda estivesse vivo e pudesse recobrar a consciência, Suzana, mesmo ferida, conseguiu chegar até a arma e escondê-la em um balde enquanto aguardava por socorro. O estado de saúde de Suzana é estável. Ela encontra-se em observação na emergência do Hospital Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho.
O delegado afirmou que não havia qualquer registro de denúncia de agressões ou ameaças contra o fotógrafo anteriores ao crime. “Infelizmente não conseguimos evitar esse crime e o autor não pagará em razão de ter morrido”, lamentou. Mas o chefe de Polícia Civil alertou para a necessidade de as mulheres prestarem ocorrência em casos de agressão, salientando ainda que “a queixa deve acontecer após a primeira agressão. Rompida essa trincheira da falta de respeito com a companheira, é importante que ela nos (Polícia) procure, para evitar finais como este”.
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Perícia
O revólver calibre 38 utilizado no crime será analisado pelo Grupo Especializado em Perícia de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Será feito o exame de balística da arma e dos projéteis retirados dos corpos. O DHPP foi acionado às 22h para a apuração do duplo assassinato seguido de suicídio em Serrambi. No local, os policiais encontraram os corpos de Paula, Ênio e Paulo todos no mesmo cômodo, um terraço do imóvel. De acordo com a perícia preliminar realizada pelo Instituto de Criminalística (IC), o estado dos corpos apontava que o crime teria ocorrido por volta das 18h.