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Israel

Funcionário israelense diz que Hamas 'obstrui' acordo de trégua ao pedir fim da guerra

O funcionário negou informações de que Israel teria aceitado encerrar a guerra em troca da libertação dos reféns sob controle do Hamas

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu exclui parar a ofensiva antes de ter extirpado o Hamas e reitera incessantemente sua determinação em ordenar a invasão de RafahPrimeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu exclui parar a ofensiva antes de ter extirpado o Hamas e reitera incessantemente sua determinação em ordenar a invasão de Rafah - Foto: ABIR SULTAN / AFP

Um funcionário israelense de alto escalão afirmou neste sábado (4) que a insistência do movimento islamista Hamas por um cessar-fogo permanente em Gaza estava dificultando as perspectivas de alcançar uma trégua no território palestino.

"Até agora, o Hamas não abandonou sua exigência de pôr fim à guerra, obstruindo assim a possibilidade de alcançar um acordo", disse o funcionário à AFP sob condição de anonimato.

O funcionário negou informações de que Israel teria aceitado encerrar a guerra em troca da libertação dos reféns sob controle do Hamas.

Um líder do Hamas, por sua vez, disse à AFP que as negociações indiretas, que estão ocorrendo no Cairo com mediação do Egito, Catar e Estados Unidos, não permitiram, até o momento, "nenhuma evolução".

"As negociações de hoje [sábado] terminaram e haverá uma nova rodada amanhã", acrescentou, sem dar outros detalhes sobre essas discussões que ocorrem após quase sete meses de guerra em Gaza.

Um eventual cessar-fogo deveria interromper a ofensiva israelense em Gaza e permitir a troca de reféns sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro por palestinos presos em Israel.

Um cessar-fogo de uma semana, o único até agora desde o início da guerra, permitiu no final de novembro a troca de 105 reféns (80 deles israelenses ou com dupla nacionalidade) por 240 prisioneiros palestinos.

As autoridades israelenses calculam que, após essas trocas, 129 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza e que 35 delas teriam morrido.

O Hamas afirmou na sexta-feira que seus representantes estavam retornando ao Cairo, após vários dias ausentes para examinar a última proposta de cessar-fogo, com um "espírito positivo" e "determinados a alcançar [...] um cessar completo da agressão, a retirada das forças de ocupação" e "um acordo de troca sério".

Mas o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, exclui parar a ofensiva antes de ter extirpado o Hamas e reitera incessantemente sua determinação em ordenar a invasão de Rafah, uma cidade no sul da Faixa de Gaza que, segundo ele, se tornou o último bastião do movimento islamista.

O Hamas considera que Netanyahu busca apenas, com essas declarações, "frustrar os esforços" dos negociadores.

Milhares de israelenses voltaram a se manifestar no sábado à noite em Tel Aviv para exigir que o governo alcance um acordo que permita a libertação dos reféns.

Uma faixa mostrava um retrato de Netanyahu com a legenda que dizia: "é você quem boicota qualquer acordo".

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