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GUERRA DA UCRÂNIA

G7 oferece compromissos de longo prazo para segurança da Ucrânia

Rússia vê esses anúncios do G7 como uma ameaça ao seu país

Presidente ucraniano, Volodymyr ZelenskyPresidente ucraniano, Volodymyr Zelensky - Foto: Nikolay Doychinov / AFP

Os países do G7 prometeram, nesta quarta-feira (12), fornecer apoio militar de longo prazo à Ucrânia, embora o presidente Volodimir Zelensky tenha alertado que tais promessas não substituem a adesão à Otan.

As sete potências mais avançadas anunciaram que trabalharão com a Ucrânia "em acordos e compromissos de segurança específicos, bilaterais e de longo prazo para (...) garantir uma força sustentável capaz de defender a Ucrânia agora e dissuadir a agressão russa no futuro".

Isso inclui "assistência de segurança e equipamentos militares modernos, nos domínios terrestre, aéreo e marítimo, priorizando defesa aérea, artilharia e dispositivos de longo alcance, veículos blindados e outras capacidades essenciais", indicaram os membros do G7 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá).

Eles também anunciaram seu apoio para desenvolver "a base industrial de defesa da Ucrânia, treinamento e exercícios de treinamento para as forças ucranianas, além do intercâmbio de inteligência e cooperação".

Também apoiarão "as iniciativas de defesa cibernética, segurança e resiliência, inclusive para lidar com ameaças híbridas".

Os sete países também expressaram seu firme compromisso de responsabilizar criminalmente a Rússia pelo ocorrido na Ucrânia.

"Não deve haver impunidade para crimes de guerra e outras atrocidades. Neste contexto, reiteramos nosso compromisso de responsabilizar os culpados, de acordo com o direito internacional", alertaram.

No entanto, pouco antes desses anúncios, Zelensky reiterou que a prioridade de seu país é a adesão plena à Otan.

As promessas do G7 não devem ser vistas como uma substituição da Otan, "mas como garantias de segurança no nosso caminho à integração", disse Zelensky em coletiva de imprensa, junto com o secretário-geral da aliança transatlântica, Jens Stoltenberg.

"A melhor garantia para a Ucrânia é fazer parte da Otan", insistiu o presidente ucraniano.

Na terça-feira, no primeiro dia da cúpula em Vilnius, a Otan prometeu que convidará a Ucrânia a entrar para a aliança quando todos os aliados estiverem de acordo e "as condições forem cumpridas", sem oferecer um cronograma detalhado para concretizar o objetivo.

A prioridade é a Otan
Posteriormente, Zelensky e Stoltenberg participaram, juntamente com os demais dirigentes, da primeira reunião do Conselho Ucrânia-Otan, instância que proporciona ao país um diálogo direto nas discussões com a aliança, mas ainda está longe de significar que já está incorporada ao grupo.

"Nesta quarta-feira, [Otan e Ucrânia] nos encontraremos como iguais. Estou ansioso pelo dia em que nos encontraremos como aliados", disse Stoltenberg.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs um modelo para a Ucrânia similar ao que seu país mantém com Israel, que inclui o compromisso de 3,8 bilhões de dólares em ajuda militar durante uma década.

A Rússia vê esses anúncios do G7 como uma ameaça ao seu país.

Este plano de compromissos vai minar a segurança da Rússia e tornará a Europa "muito mais perigosa por anos e anos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitryi Peskov.

Em coincidência com a reunião de cúpula, as tropas russas executaram pela segunda noite consecutiva um ataque com drones contra Kiev e sua região, anunciou o comandante da administração militar da capital ucraniana nesta quarta-feira.

"Todos os drones explosivos Shahed, de fabricação iraniana, foram detectados e destruídos", afirmou Sergiy Popko no Telegram. "Não há informações sobre vítimas e danos no momento".

Mais armas
Os países ocidentais já enviaram armas avaliadas em dezenas de bilhões de dólares à Ucrânia para ajudar o país a lutar contra a invasão russa.

O governo da Alemanha anunciou na terça-feira que fornecerá mais tanques, sistemas de defesa antimísseis Patriot e veículos blindados avaliados em mais 700 milhões de euros.

A França revelou o envio de mísseis de longo alcance do tipo SCALP e uma coalizão de 11 nações informou que começará a treinar pilotos ucranianos em caças F-16 a partir de agosto.

As promessas, no entanto, não atendem a aspiração de Zelensky de ver a Ucrânia sob o guarda-chuva de proteção da defesa coletiva da Otan.

No primeiro dia da reunião em Vilnius, os líderes da organização destacaram que o "futuro da Ucrânia está na Otan" e encurtaram o processo de adesão de Kiev à aliança, mas sem datas concretas.

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