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Saúde

Gêmeas siamesas com 2% de chance de sobreviver superam expectativa e se formam no jardim de infância

Sobreviventes de uma separação que levou 11 horas para ser completa, as gêmeas completam seu primeiro ciclo de aprendizado com saúde

As gêmeas siamesas craniópagas, ligadas pelo crânio, passaram pela cirurgia de separação com 11 meses As gêmeas siamesas craniópagas, ligadas pelo crânio, passaram pela cirurgia de separação com 11 meses  - Foto: Reprodução

Abby e Erin Delaney, de 6 anos, são gêmeas siamesas craniópagas, isto é, conectadas pelo crânio. Elas nasceram no estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos e desde o seu primeiro dia de vida, superam as expectativas dos médicos. Os pais foram avisados que a chance de sobrevivência para as meninas era de 2%. No início de junho, ambas se formaram no jardim de infância.

Aos 11 meses, ambas passaram pela cirurgia de separação no Hospital Infantil da Filadélfia (CHOP), também nos EUA. A primeira do tipo feita no local por conta da raridade do caso. Elas nasceram compartilhando um crânio, pele e seu seio sagital superior, um vaso crítico que transporta o sangue para longe do cérebro. Por isso, a delicada operação durou um total de 11 horas.

Os pais relataram como foi difícil viver esse momento, especialmente com Abby, que havia perdido 10 a 15 vezes seu volume de sangue.

“Eles substituíram todo o sangue de seu corpo várias vezes quando os cirurgiões tiveram que cortar seu seio sagital para separá-la de Erin. Os cirurgiões realmente nos disseram que nunca haviam doado tanto sangue a um paciente de uma só vez e que o paciente havia sobrevivido", relata a mãe das meninas, Heather Delaney, de 33 anos.

Os riscos variavam de danos cerebrais leves à morte, além disso, antes da grande cirurgia, os gêmeos precisaram fazer diversas intervenções menores. Mesmo que as chances de sobrevivência fossem baixas, o procedimento deu certo.

Os médicos disseram à família Delaney que a chance de ter gêmeos craniópagos era de uma em 2,5 milhões. De acordo com o Hospital das Crianças da Filadélfia, é a forma menos comum de gêmeos siameses, representando 2% dos casos. Cerca de 70% dessas crianças são do sexo feminino e, no caso de gêmeos craniópagos, são sempre geneticamente idênticos e compartilham o mesmo sexo.

As crianças continuam a crescer saudáveis, ainda que com atraso no desenvolvimento. Orgulhosa das filhas, Heather mal pôde acreditar na felicidade em vê-las concluindo a pré-escola.

"Assistir à formatura delas foi como se estivéssemos sonhando. É uma daquelas coisas que você sente que nunca vai acontecer", conta. "Ainda não sabemos o que elas podem realizar, então o céu é o limite para elas", completa.

Na formatura, Erin recebeu um 'prêmio golfinho' por seu 'coração aventureiro' e amor por explorar. Enquanto Abby recebeu o 'prêmio cervo' por ser uma 'boa amiga que trata a todos de maneira gentil'.

Não está claro o que exatamente causa gêmeos siameses, mas existem duas teorias. Uma delas é a fissão, na qual um embrião inicial se divide em duas esferas, mas não se separa completamente. Essas esferas então se desenvolvem independentemente em gêmeos siameses. A outra aponta para uma possível fusão, na qual uma gravidez de gêmeos idênticos contém duas esferas de embriões gêmeos iniciais que se fundem e se juntam em um ponto aleatório.

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