Governador distante do Recife, Olinda e Caruaru
Apoio de governador não decide eleição municipal, mas dá charme ao palanque do candidato que o convida
O governador Paulo Câmara tem participado ativamente das campanhas políticas no interior e cidades da área metropolitana. Esteve em São Lourenço com o prefeito Gino Albanez, em Jaboatão com o vice Heraldo Selva, em Ipojuca com o prefeito Carlos Santana, em Petrolina com o deputado Miguel Coelho, em Sertânia com o deputado Ângelo Ferreira, em Serra Talhada com o candidato Victor Pereira, em Igarassu com o ex-prefeito Yves Ribeiro etc. Apoio de governador não define eleição municipal, porém dá charme ao palanque. Câmara não passa por um bom momento em termos de popularidade, haja vista a crise que aflige o Estado, mas tem bom conceito e por isso sua presença é reivindicada por muitos candidatos. Sua ausência continua sendo notada em Olinda, Caruaru e Recife, nas duas primeiras porque a Frente Popular se dividiu e, na capital, por orientação dos marqueteiros de Geraldo Júlio.
O discurso do “golpe”
Presidente do PDT regional, o deputado Wôlney Queiroz inseriu a tese do “golpe” na eleição de Caruaru. Ele diz nos eventos políticos de Jorge Gomes (PSB), apoiado pelo seu partido, que os outros candidatos pertencem a legendas que deram o “golpe” em Dilma: Raquel Lyra (PSDB), Erick Lessa (PR) e Tony Gel (PMDB). O danado é que o PSB também “golpeou”, embora com algumas defecções.
Ipespe > A pesquisa do Ipespe divulgada ontem por esta “Folha” apontando empate técnico em Jaboatão entre Anderson Ferreira (PR) e Manoel Neco (PDT) - 24% x 21%, respectivamente, animou a militância do pedetista, que é apoiado por dois deputados do PSB: Gonzaga Patriota (federal) e Lucas Ramos (estadual). 2º turno > Caso não chegue ao 2º turno na campanha de Olinda, Professor Lupércio (SD) tende a apoiar Luciana Santos (PCdoB), que, se eleita, efetivará Augusto Coutinho (SD) na Câmara Federal.
Pacto > O coronel reformado José Lopes, ex-comandante da PM no governo Eduardo Campos, vai montar em Olinda o “Pacto pela paz” se o candidato Antônio Campos (PSB) eleger-se prefeito. Recado > Do ministro Bruno Araújo (Cidades), que apoia Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, alfinetando o delegado Érick Lessa (PR) que está em 2º nas pesquisas: “Política não é coisa para justiceiro”.
Lixo > Vejam o que campanha política faz. O ex-prefeito Emanuel Bringel (PSDB) fez críticas ao atual gestor, Alexandre Arraes (PSB), por ter atrasado o pagamento dos garis. Na noite desse mesmo dia, uma caçamba que trabalha para a prefeitura despejou uma carrada de lixo na porta da residência dele.
Conflito > Agravam-se as divergências em Gravatá entre Waldemar Borges e Romero Pontual (ex-Ceasa), ambos do PSB, por causa da eleição municipal. Waldemar patrocina a candidatura do vereador João Paulo (PSB), e Pontual a do ex-prefeito Joaquim Neto (PSDB), que está em 1º nas pesquisas. É briga de foice.Influência > Do jornalista Ivan Maurício, coordenador da campanha de Antônio Campos (PSB) à Prefeitura de Olinda: “O governador não está influenciando nada nessas eleições municipais. Caso contrário, estaria nas ruas, nos comícios, nas caminhadas e na televisão”. Isso se explica, diz o sociólogo José Arlindo Soares, porque a taxa de “bom e ótimo” do governador nas mais recentes pesquisas de opinião é inferior à de “ruim e péssimo”.