Dom, 07 de Dezembro

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ESTADOS UNIDOS

Governo Trump anuncia prisão de 20 mil imigrantes em situação irregular em um mês

Número supera o de prisões por violações migratórias registrado em todo o ano passado, o último do governo de Joe Biden

Donald TrumpDonald Trump - Foto: Roberto Schmidt / AFP

O Departamento de Segurança Interna (DHS) dos EUA anunciou nesta quarta-feira que 22 mil imigrantes em situação irregular no país foram presos no primeiro mês de mandato de Donald Trump, mais da metade do registrado durante o ano de 2024. O número reflete a política migratória agressiva do governo do republicano, que chegou a prometer, em mais de uma ocasião, que iria prender e deportar mais de 10 milhões de estrangeiros.

Segundo o DHS, o volume de prisões foi 627% maior do que o do ano passado, o último do governo do democrata Joe Biden.

"O presidente Trump e esta administração estão salvando vidas todos os dias por causa das ações que estamos tomando para proteger a fronteira e deportar criminosos estrangeiros ilegais. Centenas de milhares de criminosos puderam entrar neste país ilegalmente. Estamos mandando-os para casa, e eles nunca poderão retornar”, afirmou, em comunicado, a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.

 

De acordo com números do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE), no ano fiscal de 2024 foram realizadas 32.119 prisões relacionadas à permanência nos EUA, como ficar no país após o fim do prazo do visto. As estatísticas, contudo, apontam para 57.688 prisões por condenações na Justiça, e 23.624 relacionadas a acusações judiciais ainda pendentes no país.

No comunicado, a secretária Noem não revelou em qual categoria se enquadram os 22 mil presos no último mês.

Acelerar as prisões e deportações de pessoas em situação migratória irregular é talvez a maior prioridade do governo Trump em seus primeiros momentos. O presidente autorizou o uso de tropas na fronteira com o México, por onde passa a maior parte dos imigrantes que tentam entrar nos EUA, assim como estuda o uso de instalações militares para abrigar os detidos antes da deportação.

Entre elas, a prisão na base naval de Guantánamo, em Cuba, conhecida por receber centenas de pessoas acusadas de terrorismo, e também considerada um “buraco negro legal”, onde as denúncias de abusos dos direitos humanos se acumularam desde o início da chamada Guerra ao Terror, iniciada em 2001. O local já recebeu algumas dezenas de imigrantes, especialmente da Venezuela, e Trump ordenou que a capacidade fosse ampliada para abrigar até 30 mil pessoas.

Apesar dos números anunciados com otimismo pelo DHS, Trump não parece feliz com o ritmo das prisões e deportações. Na semana passada, o diretor do ICE, Caleb Vitello, foi afastado do posto por supostamente não atingir as metas estabelecidas pela Casa Branca.

Uma semana antes da demissão, ou afastamento, de Vitello, Tom Homan, o “czar” de imigração do governo, disse que a agência estava “fazendo um bom trabalho”, mas revelou “não estar feliz com os números, uma vez que há muitos criminosos a serem encontrados”. No começo do mês, outros dois funcionários do ICE foram realocados também por questões de desempenho.

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