Grupo denuncia intervenção no Casarão da Várzea, que é protegido por lei
Anunciado ainda em 2012, um projeto pretende transformar o espaço em um pátio de feira e mercado público
Moradores da Várzea, na Zona Oeste do Recife, realizaram um protesto, no início da tarde desta quarta-feira (28), nas imediações da praça Pinto Dâmaso. O grupo pede mais transparência da Prefeitura do Recife quanto ao projeto de requalificação do Casarão Magitot, classificado como Imóvel Especial de Preservação (IEP). Segundo o movimento, parte da estrutura da torre da caixa d’água, localizada nos fundos do chalé do século 19, estaria prestes a ser demolida. A intervenção configuraria crime contra o patrimônio.
Um grupo se concentrou na porta do imóvel e exigiu que as obras fossem imediatamente interrompidas. Uma viatura da Polícia Militar foi deslocada até o local, assim como agentes da Guarda Municipal. Não houve conflitos. Anunciado ainda em 2012, um projeto pretende transformar o espaço em um pátio de feira e mercado público. A ideia é de abrigar os ambulantes que cercam a construção. Orçado em mais de R$ 1,3 milhão, a medida ainda registrou avanços.
Uma das críticas dos ativistas também diz respeito a área externa. Com a pavimentação do terreno, árvores e um pequeno pomar, plantado pela própria comunidade, também estariam perto do fim. No prédio funcionou o primeiro centro odontológico da América do Sul, Hospital Magitot, que hoje se mostra em ruínas.
Em nota, a prefeitura do Recife, através da Gabinete de Projetos Especiais e Secretaria de Planejamento Urbano, informou que o projeto de um pátio de feira é na área externa do casarão e que recebeu parecer favorável da Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC). Esclareceu também que o parecer permite a demolicação da caixa d´água, "já que essa edificação, externa ao casarão, é uma intervenção posterior à construção original e não tem as mesmas características históricas do imóvel principal.