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Grupo realiza ato pela garantia de medicamentos gratuitos

Movimento “STF, Minha Vida Não Tem Preço” protestou contra a possibilidade de o poder público deixar de suprir certos remédios

Bruno Araújo, ministro das CidadesBruno Araújo, ministro das Cidades - Foto: Jedson Nobre/Arquivo Folha

O movimento “STF, Minha Vida Não Tem Preço” reuniu manifestantes em todo o Brasil, neste domingo (16), em atos contra decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pretende desobrigar o poder público de suprir os remédios de alto custo excluídos das listas dos SUS e da Anvisa. No Recife, o ato foi no Marco Zero.

Cerca de duas mil pessoas dependem do uso de remédios que não estão nas listas do SUS e da Anvisa, somente em Pernambuco, de acordo com levantamento da Associação Pernambucana de Mucopolisacaridose (AMPS-PE). Essas drogas são obtidas por meio de liminares na Justiça porque a maior parte das famílias dos portadores de doenças raras - 70% delas - não têm condições de arcar com os medicamentos. “É a vida dessas pessoas que está em jogo, caso o STF abra esse precedente”, apontou o presidente da AMPS-PE, Fábio Marques.

“Essa ação do Supremo é um retrocesso porque o Brasil já está atrasado. Grande parte desses medicamentos já é autorizada em outros países por entidades como a FDA (Food and Drug Administration)”, comentou a presidente da Aliança de Mães e Famílias Raras (Amar), Pollyana Dias. A professora Fátima Ribeiro, 59 anos, tem hipertensão arterial pulmonar. A droga Macitetam - a mais moderna para tratar a sua patologia, também não é liberada pela Anvisa. “É um remédio que poderia me dar uma sobrevida melhor”, lastimou. Por mês, ela gasta cerca de R$ 2,5 mil somente em medicações porque, mesmo tendo o direito ao fornecimento do tratamento garantido por liminar na Justiça, desde janeiro deste ano as drogas estão em falta na rede pública estadual. Isso porque, de acordo com o Ministério Público, a Farmácia do Estado tem um débito de R$ 23 milhões com 13 fornecedores.

A situação é ainda mais difícil para quem ganha apenas um benefício no valor do salário mínimo como Evani da Silva, 36 anos. “Não dá para comprar todos os remédios”, comentou. 

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