Acidente

Incêndio em tanques de petróleo deixa 77 feridos e 17 desaparecidos em Cuba

Dos 77 feridos, três estão em estado crítico; incêndio começou nessa sexta-feira (5), quando um raio atingiu um dos tanques

Raio atingiu um dos tanques do depósito localizado nos arredores de Matanzas, cerca de 100 quilômetros a leste de HavaRaio atingiu um dos tanques do depósito localizado nos arredores de Matanzas, cerca de 100 quilômetros a leste de Hava - Foto: Yamil Lage / AFP

A cidade de Matanzas, no oeste de Cuba, vive angustiada neste sábado (6) diante do incêndio de dois tanques de petróleo em uma área industrial que já deixou 17 desaparecidos e 77 feridos por queimaduras.

Segundo o novo balanço divulgado pelo jornal oficial Granma, dos 77 feridos, três estão em estado crítico, outros três muito graves e 12 graves. Cuba solicitou “ajuda e consultoria a países amigos com experiência na questão do petróleo", informou a presidência.

"A extinção do incêndio ainda pode demorar", comentou o presidente Miguel Díaz-Canel no Twitter, enquanto o diretor de Comércio e Abastecimento da estatal Unión Cuba-Petróleo (Cupet), Asbel Leal, disse que o país nunca havia enfrentado um incêndio "da magnitude que temos hoje".

O fogo começou na tarde de sexta-feira (5) quando um raio atingiu um dos tanques do depósito localizado nos arredores de Matanzas, cerca de 100 quilômetros a leste de Havana, às 19h, horário local. Às 5h deste sábado, o fogo atingiu um segundo tonel.


'Saímos correndo'

"Sentimos o estrondo, como uma onda de ar que levava para trás", contou à AFP Laura Martínez, moradora da comunidade de La Ganadera, a cerca de dois quilômetros do local do incidente.

Mario Sabines Lorenzo, governador de Matanzas, afirmou que cerca de 800 pessoas foram evacuadas.

Quando ocorreu a primeira explosão, Yuney Hernández e sua família deixaram sua casa em La Ganadera. Voltaram "por volta das três da manhã" porque as crianças estavam com sono, explicou a mulher de 32 anos à AFP.

Mas por volta das 5h eles começaram a ouvir mais explosões e "parecia que pedaços do tanque estavam caindo", acrescentou.

Ginelva Hernández, de 33 anos, mora na mesma comunidade com o marido e três filhos. "Saltamos da cama e quando saímos para a rua o céu estava amarelo", contou ela à AFP. "Está incontrolável o medo das pessoas na rua", disse.

Segundo a Cupet, o primeiro depósito “continha cerca de 26 mil metros cúbicos de petróleo bruto nacional, cerca de 50% da sua capacidade máxima”, quando foi atingido pelo raio. O segundo tanque tinha 52 mil metros cúbicos de óleo combustível.


Falha no para-raios

"Aparentemente houve uma falha no sistema de para-raios, que não suportou a energia da descarga elétrica", indicou o Granma. Danger Ricardo, um soldador de 37 anos que trabalha no local, não sabe explicar como o sistema falhou.

Os dois tanques abastecem a termelétrica Antonio Guiteras, a maior de Cuba, mas o bombeamento para essa usina não parou, acrescentou Granma.

Dois helicópteros começaram a trabalhar para apagar o fogo na manhã de sábado em frente à baía de Matanzas, uma cidade de 140 mil habitantes. Bombeiros exaustos se reuniam do lado de fora da usina esperando para procurar seus colegas que não puderam sair após a segunda explosão.

O incêndio ocorre em meio a dificuldades enfrentadas desde maio na ilha para atender ao aumento da demanda por energia devido ao calor do verão. 

A obsolescência de suas oito usinas termelétricas, danos, manutenções programadas e falta de combustível dificultam a geração de energia. 

Desde maio, as autoridades programam apagões de até 12 horas por dia em algumas regiões do país. Desde então, houve vinte protestos em cidades do interior da ilha.

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