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Jogo de sedução e desencontros em novela

Brigas sentimentais e críticas políticas cercam a história de “A Lei do Amor”, atual novela do orário nobre da Globo

PetrobrasPetrobras - Foto: Arquivo

O tempo fez bem para “A Lei do Amor”. A novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari deveria estrear antes de “Velho Chico”. No entanto, a história política que permeia a trama fez com que a Globo optasse por transmiti-la após o período eleitoral. 

Ainda que o folhetim tenha sido postergado, a corrupção política ganhará espaço apenas após o segundo turno das eleições municipais. Por enquanto, as histórias amorosas são o grande carro-chefe do atual folhetim das nove. O período maior até entrar no ar possibilitou que os atores estivessem mais preparados para interpretar seus perso­nagens.

 Com mais proprie­dade sobre o enredo, o ritmo é ágil e as interações são bem conduzidas. A direção geral de Denise Saraceni fez um justo trabalho até aqui.
O casal principal, formado por Helô e Pedro, interpreta­dos por Claudia Abreu e Reynaldo Gianecchini, ainda não engatou. Mas nada que comprometa a estrutura do folhetim. Por outro lado, o trio formado por Humberto Carrão, Alice Wegmann e Isabella Santoni, que defendem Tiago, Isabela e Letícia, não poderia estar em melhor sintonia. Como não existem mocinhas ou vilões nessa parte da trama, é um exercício de empatia ver os dramas sentimentais em que eles se envolvem.

Em outra esfera, os vilões tomam conta de “A Lei do Amor”. José Mayer, o Tião Bezerra, está impecável em seu primeiro posto de antagonista. Frio e calculista assim como a Magnólia, de Vera Holtz. Outros atores, apesar do tempo elástico, mostram ter entrado no “looping” da zona de conforto e parecem interpretar versões parecidas de personagens antigos. Casos de Thiago Lacerda, Heloísa Périssé e Camila Morgado.

Com grandes nomes dignos de horário nobre, a Globo se cercou de atores de seu primeiro time para fazer um clássico “novelão”. O termo, embora clichê, não é nenhum demérito. Depois da trama intensa de “Velho Chico”, o respiro dramatúrgico de “A Lei do Amor“ é um alívio. O público precisava de uma história mais previsível e menos experimental. Além dos desencontros amorosos, a crítica sociopolítica – distante do coronelismo explorado por sua antecessora – mostra que a trama de Maria Adelaide e Vincent Villari está mais próxima da realidade do que o imaginado. A trilha sonora bem escolhida, a direção competente e as cenas, que mesclam sequências tensas e outras mais românticas, contribuem para o bom desenvolvimento da novela. 

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