Jogo de sedução e desencontros em novela
Brigas sentimentais e críticas políticas cercam a história de “A Lei do Amor”, atual novela do orário nobre da Globo
O tempo fez bem para “A Lei do Amor”. A novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari deveria estrear antes de “Velho Chico”. No entanto, a história política que permeia a trama fez com que a Globo optasse por transmiti-la após o período eleitoral.
Com mais propriedade sobre o enredo, o ritmo é ágil e as interações são bem conduzidas. A direção geral de Denise Saraceni fez um justo trabalho até aqui.
Em outra esfera, os vilões tomam conta de “A Lei do Amor”. José Mayer, o Tião Bezerra, está impecável em seu primeiro posto de antagonista. Frio e calculista assim como a Magnólia, de Vera Holtz. Outros atores, apesar do tempo elástico, mostram ter entrado no “looping” da zona de conforto e parecem interpretar versões parecidas de personagens antigos. Casos de Thiago Lacerda, Heloísa Périssé e Camila Morgado.
Com grandes nomes dignos de horário nobre, a Globo se cercou de atores de seu primeiro time para fazer um clássico “novelão”. O termo, embora clichê, não é nenhum demérito. Depois da trama intensa de “Velho Chico”, o respiro dramatúrgico de “A Lei do Amor“ é um alívio. O público precisava de uma história mais previsível e menos experimental. Além dos desencontros amorosos, a crítica sociopolítica – distante do coronelismo explorado por sua antecessora – mostra que a trama de Maria Adelaide e Vincent Villari está mais próxima da realidade do que o imaginado. A trilha sonora bem escolhida, a direção competente e as cenas, que mesclam sequências tensas e outras mais românticas, contribuem para o bom desenvolvimento da novela.