Lasso decreta estado de exceção após assassinato de prefeito no Equador
A medida será aplicada por 60 dias, devido a "uma comoção interna grave"
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, decretou, nesta segunda-feira (24), estado de exceção na cidade de Durán e nas províncias costeiras de El Oro e Manabí, onde um prefeito foi morto a tiros neste domingo.
"Entrará em vigor imediatamente e, dentro dos artigos do decreto, consta um toque de recolher das 22h às 5h", anunciou o presidente, após liderar o Comitê de Segurança em Durán.
A medida será aplicada por 60 dias, devido a "uma comoção interna grave", e permite ao governo mobilizar a força pública em patrulhas conjuntas entre a polícia e as Forças Armadas.
“Não podemos negar que o crime organizado se infiltrou no Estado, nas organizações políticas e na própria sociedade”, disse Lasso, ao lamentar a morte de Agustín Intriago, prefeito da localidade pesqueira de Manta, e condenar um novo massacre carcerário em Guayaquil, que causou a morte de seis detentos.
Intriago visitava ontem uma obra municipal quando um homem abriu fogo, matando o prefeito e uma jovem atleta que o cumprimentava. O crime causou comoção em Manta, onde centenas de pessoas compareceram hoje ao velório de Intriago, 37, pai de duas crianças. Um estrangeiro foi detido como suspeito.
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Lasso já havia decretado estados de exceção para tentar conter a violência nacional, crescente. Durán, vizinha de Guayaquil, é uma das cidades mais violentas do país, com 85 homicídios registrados entre janeiro e julho. Devido à sua localização estratégica no Pacífico, a província de Guayas, à qual pertencem Durán e Guayaquil, tornou-se um centro de operações do narcotráfico.
Localizado entre a Colômbia e o Peru - principais produtores mundiais de cocaína - o Equador apreendeu 455 toneladas de drogas desde que Lasso assumiu o cargo, em maio de 2021, ano em que foi registrada uma apreensão recorde de cerca de 210 toneladas.