SAÚDE

Lesões na pele não podem ser tratadas com automedicação

Com o surto de lesões cutâneas em diversos municípios pernambucanos, especialistas alertam sobre os riscos da ingestão de remédios por conta própria

CoceiraCoceira - Foto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Com os casos de lesões de pele aumentando em Pernambuco, a atenção na hora de cuidar das feridas é muito importante. Causando preocupação de todos, muitas pessoas se automedicam ao invés de procurar um médico, o que pode ser prejudicial à saúde.

Os sintomas mais comuns daqueles que desenvolveram a doença vem sendo a coceira e a vermelhidão, que às vezes persistem por vários dias. Para Raysa dos Santos, moradora do município de Camaragibe, as lesões já estão presentes há três dias. “Senti dor de cabeça, mas só a coceira continuou e está aumentando cada vez mais, principalmente à noite.”

Outra moradora do município, Maria José Souza, também está com as lesões na pele e teve o mesmo sintoma, mas eles persistem há mais de 15 dias. “Coçava muito e depois criou carocinhos”. Com o surgimento das lesões, muitos conselhos de automedicamento também surgiram. “Muitos diziam: ‘lava com sabão amarelo, passa pomada’. Eu comecei a tomar antialérgico para ver se aliviava e a lavar com água e sabão.”

Acompanhamento profissional

Apesar das causas da doença ainda estarem sendo investigadas, é importante tomar cuidado e sempre escutar uma opinião médica. A farmacêutica do Hospital das Clínicas, Ariane Alencar, afirma que a automedicação é o caminho errado a ser seguido. “A automedicação é definida quando o indivíduo, por conta própria passa a fazer uso de determinado medicamento sem haver um diagnóstico. Os perigos dessa prática podem variar de reações alérgicas cutâneas, náusea e vômitos”, afirma.

A especialista destaca ainda sobre outro risco. “Um dos maiores problemas causados pela automedicação é a possibilidade do medicamento utilizado mascarar o diagnóstico primário, e consequentemente, levar à demora em chegar ao tratamento correto.”

Prescrição médica

De acordo com o médico infectologista Demetrius Montenegro, integrante da equipe à frente dos estudos sobre a doença, as causas do aparecimento das lesões seguem em investigações. Ele reforça a necessidade de ouvir um médico ao se identificar os sintomas. “É importantíssimo procurar imediatamente uma unidade de saúde, as medicações para aliviar essa coceira só devem ser prescritas pelo médico”.

As pesquisas sobre a doença seguem e a equipe composta por especialistas e representantes da Secretaria Estadual de Saúde e Secretaria Executiva de Vigilância e Saúde do Recife, volta a se reunir nessa sexta-feira (26).

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