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DIPLOMACIA

Líder supremo do Irã se diz satisfeito com negociações com EUA, mas cético sobre resultados

Os países concordaram em continuar as negociações em 19 de abril, com a mediação de Omã

O líder supremo do Irã, Ali KhameneiO líder supremo do Irã, Ali Khamenei - Foto: KHAMENEI.IR / AFP

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, expressou satisfação nesta terça-feira (15) com as recentes negociações com os Estados Unidos, mas destacou sua desconfiança em seus interlocutores.

Representantes do Irã e dos Estados Unidos, que não mantêm relações diplomáticas desde 1980, discutiram o programa nuclear de Teerã no sábado, mediados pelo sultanato de Omã.

As negociações "correram bem nos estágios iniciais", disse Khamenei, seu primeiro comentário sobre o encontro.
 

"É claro que estamos muito pessimistas em relação à outra parte, mas otimistas em relação às nossas próprias capacidades", acrescentou o aiatolá, a máxima autoridade no Irã, que tem a última palavra em assuntos de Estado.

"As negociações podem prosperar ou não", alertou Khamenei em sua declaração, transmitida pela televisão estatal.

Teerã e Washington concordaram em continuar as negociações em 19 de abril, com a mediação de Omã, na capital do país, Mascate.

Na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, reiterou suas ameaças de lançar um ataque militar contra as instalações nucleares do Irã se a diplomacia falhar, chamando os iranianos de "radicais" que não podem possuir bombas atômicas.

Os Estados Unidos e outros países ocidentais suspeitam que o Irã quer se equipar com armas nucleares. Teerã rejeita as acusações e defende seu uso com fins civis, especialmente para energia.

Em 2015, o Irã entrou em acordo com os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Rússia, Estados Unidos, França e Reino Unido) e a Alemanha para supervisionar suas atividades nucleares.

No entanto, em 2018, Donald Trump retirou seu país do pacto durante seu primeiro mandato e restabeleceu sanções severas contra Teerã, que passou a desonrar seus compromissos.

A decisão de Trump foi motivada em parte pela falta de medidas contra o programa de mísseis do Irã, percebido como uma ameaça ao seu aliado israelense.

A Guarda Revolucionária declarou nesta terça-feira que as capacidades militares e de defesa do país são "linhas vermelhas" que não podem ser cruzadas.

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